Juiz mantém preso acusado de hackear autoridades

Ricardo Leite negou recurso da Defensoria Pública da União

Foto: Marcello Casal jr/Agência Brasil

O juiz Ricardo Leite, da 10ª Vara Federal de Brasília, negou, nesta segunda-feira, o pedido para soltar o investigado Danilo Cristiano Marques, um dos presos no mês passado pela Polícia Federal (PF) sob suspeita de invadir os telefones celulares do ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, e de outras autoridades.

O recurso partiu da Defensoria Pública da União (DPU), que alegou no processo que as acusações contra Danilo não estão ligadas, diretamente, à quebra de sigilo das autoridades. Ao analisar o caso, o magistrado entendeu que a prisão do investigado é necessária para não atrapalhar as investigações. De acordo com a PF, Danilo atuou em conjunto com Walter Delgatti Neto, que também está preso.

“Ainda não foi esclarecido se os 60 chips encontrados com Danilo foram utilizados no procedimento empreendido por Walter para violação da intimidade das vítimas, e não se descarta a hipótese de que Walter obtinha os dados cadastrais das vítimas via invasão por aplicativo e repassava ao bando para a prática de estelionatos e fraudes bancárias”, disse o juiz.

Na mesma decisão, Ricardo Leite negou pedidos do jornal Folha de S.Paulo e da revista Veja para entrevista Walter Delgatti na prisão. Leite também rejeitou pedido de Suelen Priscila de Oliveira, outra investigada presa, para deixar a penitenciária feminina em Brasília e ficar detida na Superintendência da PF.

Os acusados estão presos na Operação Spoofing, expressão relativa a um tipo de falsificação tecnológica que procura enganar uma rede, ou uma pessoa, fazendo-a acreditar que a fonte de uma informação é confiável quando, na realidade, não é.