Com a intenção de combater o que chama de indústria da multa, o presidente Jair Bolsonaro anunciou que, a partir da semana que vem, o Brasil não vai mais ter radares móveis em BRs. “Vou deixar bem claro. Não são apenas palavras. Estou com uma briga, juntamente com o Tarcísio (Gomes de Freitas, ministro da Infraestrutura), na Justiça para acabarmos com os pardais no Brasil. Esta máfia de multa que vai para o bolso de alguns poucos. É uma roubalheira. Anuncio para vocês que a partir da semana que vem não teremos mais radares móveis no Brasil”, afirmou nesta segunda durante a cerimônia de liberação do trecho duplicado da BR 116 em Pelotas.
Bolsonaro considera covardia a fiscalização contra caminhoneiros e outros usuários da malha rodoviária. “Também queremos que a validade da Carteira (Nacional e Habilitação) passe de cinco anos para dez anos”, disse. “O Tarcísio já acabou com o simulador”, acrescentou ao se referir ao ministro de Infraestrutura.
O chefe de Estado ainda reiterou a intenção de acabar com a exclusividade dos Detrans no momento de fazer o exame de saúde, que atesta se o motorista está apto ou não para dirigir. Bolsonaro também estimou que “sem o simulador e sem o exame de saúde”, a Carteira Nacional de Habilitação passe a custar menos de R$ 600.
Suspensão e acordo
Em abril, Bolsonaro decidiu suspender um contrato para instalação de radares. O ato afetou um acordo que envolvia o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), que previa a instalação de 8.015 radares, em cinco anos.
No final de julho, um acerto entre o Ministério da Infraestrutura e o Ministério Público Federal determinou a instalação de, aproximadamente, 1.140 radares em rodovias federais de todo o país.
No Rio Grande do Sul, o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) projetou instalar 245 equipamentos: 192 lombadas eletrônicas e 53 controladores (pardais).