Chefe de Polícia salienta que órgão “não pode e não vai parar”

Sindicato decidiu convocar paralisação de 24 horas, em 30 de agosto, e marcha, em setembro, contra parcelamento salarial, morte de colegas em serviço e reforma da Previdência estadual

Foto: Paulo Roberto Tavares / Especial / CP

Depois de uma reunião em que o conselho de representantes da Ugeirm-Sindicato decidiu, nessa terça-feira, pela convocação de 24 horas de paralisação, a chefe de Polícia do Rio Grande do Sul, delegada Nadine Anflor, disse, hoje, que a corporação “não pode e não vai parar”.

A Ugeirm vai orientar que os agentes paralisem na sexta-feira, 30 de agosto, dia de anúncio do calendário salarial. Além disso, uma marcha deve ocorrer em 17 de setembro, tendo como ponto central o Palácio Piratini. Os policiais devem protestar contra a insegurança da população, a morte de colegas em serviço, o atraso de salários e o possível aumento da contribuição para a Previdência.

O presidente da Ugeirm, Isaac Ortiz, criticou o aprofundamento do atraso salarial e o encaminhamento de uma reforma da Previdência com alíquota de até 22% – o que não é confirmado pelo governo. Ele também salienta que persiste o déficit de pessoal da Polícia Civil. De acordo com Ortiz, é necessária uma “grande mobilização, para enfrentar um segundo semestre que promete ser ainda mais difícil para a categoria”.

A chefe de Polícia, Nadine Anflor, explica que pediu uma reunião com as entidades representativas, ocorrida na semana passada. Ela ressalta que mantém gestão marcada pelo diálogo e que respeita “manifestações sadias”, mas deixa claro que a população não pode ficar sem atendimento. “Temos conversado muito. Existem reivindicações que são justas, mas a polícia não pode e não vai parar”, garantiu. Nadine frisou que compreende o “momento delicado” que a categoria passa. “Eles nos solicitaram, no encontro que tivemos, uma agenda com o secretário de Segurança [o vice-governador, Ranolfo Vieira Júnior]. Estamos trabalhando para que isso ocorra na semana que vem ou na próxima”, destacou.

Reciclagem
A delegada lembrou, ainda, que a Polícia Civil iniciou a reciclagem dos agentes. Nesta quarta, a primeira turma, com 30 profissionais, se formou. As segundas, quartas e sextas-feiras foram os dias selecionados para que haja um momento de conversa, troca de conhecimento e aprendizado na Academia de Polícia. Entre os principais focos, o treinamento no momento da entrada nos locais alvos dos cumprimentos de mandados, onde ocorreu a última morte em serviço.

“Chamamos para capacitar e alinhar a ação, estabelecer protocolos. Semanalmente, no mínimo, serão 90 policiais convocados. Devemos parar, refletir e reciclar. Se algo estiver errado, precisamos corrigir para que não ocorra mais”, finalizou.

*Com informações da repórter Franceli Stefani