O governador do Maranhão, Flávio Dino (PC do B), afirmou na manhã desta segunda-feira (05) que a série de controversas declarações do presidente da República Jair Bolsonaro “não é deslize, é política de governo”. O comunista faz menção, entre outras, à polêmica em que o presidente classificou a todos os nordestinos como “paraíbas”, e que daqueles governadores, Dino seria “o pior deles”. A frase foi captada por câmeras de televisão antes de um encontro com jornalistas estrangeiros.
“Não se pode levar como brincadeirinha palavras que são obviamente preconceituosas, ainda mais vindas do presidente da República”, disse Dino. O governador afirmou ser contra “qualquer estigma contra qualquer região do país”, e acrescentou que as declarações são “um desrespeito não com o Flávio Dino, mas com 50 milhões de brasileiros”. Flávio classifica a atuação de Jair Bolsonaro como “uma política errada de segregação, de violência simbólica” e que é preciso “união entre os brasileiros”.
Dino espera que Bolsonaro governe para todos, e que seja um “representante máximo da nação”. O governador garantiu que seguirá uma linha de trabalho que mantenha os laços de colaboração “dentro do possível”. Ressaltou, entretanto, que individualmente seguirá com a postura de apresentar os erros do governo.
Magistério
Questionado sobre os salários do magistério do Estado, disse que é uma opção política da gestão. Citou Leonel de Moura Brizola, que nos anos 60 implementou no Rio Grande do Sul um sistema de construção de escolas (as brizoletas), e garantiu ser “um exemplo tão importante que é a construção de escolas e também a valorização dos recursos humanos.” O piso para 40 horas do magistério estadual do Maranhão, hoje, é de R$ 5.750. “Não é o ideal, mas já é melhor do que a maioria dos estados consegue pagar”, acrescentou.
Eleições 2022
Questionado sobre uma possível candidatura à presidência em 2022, Dino afirmou que “há tempo para tudo debaixo do céu”. Ressaltou que ainda se está distante de temporada eleitoral nacional e que o desafio das gestões estaduais e dos pleitos municipais são prioridade. “Em virtude dos desacertos e da insatisfação da sociedade, do reconhecimento que o atual governo não vem conseguindo administrar o país, se antecipou o debate para 2022. Mas vamos aguardar e contribuir com ideias e propostas para procurar a máxima união possível”, finalizou.