Pacto federativo e reforma Tributária serão os próximos alvos do governo, revela Paulo Guedes em NH

Em evento na Feevale, ministro da Economia voltou a defender a política privatista ao mencionar que estatismo “corrompeu a política”

Foto: Mauro Schaefer / CP

O ministro da Economia, Paulo Guedes, adiantou, nesta quinta-feira, em Novo Hamburgo, no Vale do Sinos, que a partir do segundo semestre, o governo federal vai focar as atenções em duas frentes: aprovar uma Reforma Tributária e um novo Pacto Federativo. A escalada de reformas do Planalto, porém, depende da aprovação das mudanças na Previdência, esclareceu o ministro. A proposta de emenda vai a votação em segundo turno, na Câmara dos Deputados, na semana que vem.

“As discussões sobre o Pacto Federativo vão demorar de seis meses a um ano, no mínimo. Assim, o Congresso vai discutir realmente um fato importante, abraçando a causa. Hoje, o dinheiro está ‘carimbado’ em Brasília”, disse o ministro, ao projetar o que chama de “mudança histórica”, que “fortalece a União e não Brasília”.

Na prática, a intenção de Paulo Guedes é “desvincular todas as despesas de todos os entes federativos”. O ministro recorda que estados considerados “destruídos financeiramente”, como Rio Grande do Sul, Goiás e Rio de Janeiro já tiveram recursos em fundos, sem poder utilizar o dinheiro para a real necessidade.

Em evento organizado pelo Grupo Sinos, na Universidade Feevale, Paulo Guedes também admitiu que o texto referente à Previdência não deve mais sofrer alterações no Senado a fim de incluir Estados e municípios, como defendia, inicialmente o Planalto. “Se incluírem estados e municípios, em uma PEC paralela, serão mais R$ 350 bilhões de economia em dez anos. Daí iremos tirar a corda dos municípios”, projetou, em seguida.

Ao palestrar por mais de uma hora, Guedes ainda traçou uma linha do tempo referente à economia brasileira desde o período ditatorial. Segundo ele, “o estatismo corrompeu a política brasileira”. “Estagnou a economia e refletiu na democracia. Teve excessos de estatismo mas quando os civis assumiram, eles se perderam”, considerou.

Por fim, o ministro da Economia estimou que a agenda privatista e liberal, somada às parcerias com Bolívia e Argentina, devem reduzir em até 40% o preço do gás nos próximos dois anos. “Essa redução vai chegar também ao gás de cozinha e vai refletir no combustível dos caminhoneiros”, mencionou.