Banrisul: Leite renova confiança em aderir a Regime Fiscal sem privatizar banco

Negociações com o Planalto seguem em andamento, reconheceu o governador

Foto: Gustavo Mansur / Palácio Piratini

Embora as negociações sobre a adesão do Rio Grande do Sul ao Regime de Recuperação Fiscal (RRF) venham avançando, o Palácio Piratini ainda não descartou completamente a possibilidade de o Banrisul ser incluído no negócio, como moeda de troca. Após se reunir com o ministro da Economia, Paulo Guedes, que cumpriu agenda em Porto Alegre e em Novo Hamburgo, nesta quinta, o governador Eduardo Leite reforçou que a intenção é manter o banco público. Perguntado se o Planalto desistiu de vez de exigir a privatização do Banrisul para inclusão no plano, Leite respondeu que não.

“Isso ainda está sendo negociado. Nós tivemos, da parte do ministro Paulo Guedes, muita disposição em levarmos adiante as negociações da adesão ao Regime de Recuperação Fiscal, mesmo que o Banrisul não esteja incluído nela. Isso já é um grande passo, um grande avanço e nós estamos confiantes”, esclareceu.

Eduardo Leite reiterou que as futuras privatizações e demais medidas adotadas de ajuste fiscal podem afastar definitivamente a possibilidade de venda do Banrisul. Sobre esse tema, em específico, o governador assegurou que o Paulo Guedes compreende a intenção do Piratini.

“Ele mesmo disse, faça o que é possível fazer. Ele defende que se privatize mais, mas sabe que não vai conseguir privatizar mais. Até pode se defender que o Banrisul seja privatizado, mas não é o caso de discutirmos isso atualmente no Rio Grande do Sul. Nós temos a convicção de que o sentimento da população é de que banco permaneça público, pois ele cumpre um papel. Por isso, vamos privatizar outros setores, dando sequência ao RRF sem essa privatização [do banco]”, sustenta.

Conforme Leite, as reformas encaminhadas pelo Piratini vão garantir, nos próximos dez anos, uma economia superior a duas vezes o valor do Banrisul. O Regime de Recuperação Fiscal permite a suspensão do pagamento da dívida com a União no prazo mínimo de três anos, prorrogável por mais três, em troca de ajustes fiscais, controle de gastos e privatizações.

Em dezembro, o então ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha afirmou que, em caso de não encontrar outro caminho para minimizar a crise no curto prazo, não haveria escolha para o Rio Grande do Sul senão aderir ao RRF e abrir mão do Banrisul.