Mesmo que a reforma da Previdência ainda precise passar por um segundo turno na Câmara dos Deputados e, posteriormente, no Senado, o governador Eduardo Leite (PSDB) admitiu que a possibilidade de incluir os Estados e municípios no texto não deve prosperar. Na semana passada, Leite esteve articulando com parlamentares favoráveis à reforma a intenção de emendar o texto no Congresso. Sem sucesso na Câmara, o governador até vislumbrou a possibilidade de mudanças no Senado, mas o senador Tasso Jereissati (PSDB-CE), cotado para a relatoria da reforma na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Casa, já antecipou que isso não deve acontecer.
Eduardo Leite reconhece que os senadores não devem forçar alteração no texto, já que a proposta, nesse caso, precisa retornar à Câmara, retardando o cronograma de aprovação, estimado para setembro pelo Palácio do Planalto. A tendência é de que seja elaborado um acordo para incluir os Estados e municípios na Previdência por meio uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) alternativa. Porém, sem previsão de aprovação, sequer com o foco e a agilidade empregada na atual reforma.
Em função desse cenário, Eduardo Leite pretende encaminhar, no próximo semestre, uma reforma previdenciária via Assembleia Legislativa. “Esta é a tendência porque não depende apenas de uma pessoa. Além de Tasso Jereissati eu também estive reunido com [o relator, deputado] Samuel Moreira [PSDB-SP], que defendia a manutenção dos Estados e municípios na reforma”, lamentou.
Ainda não há detalhes específicos sobre o projeto gestado pelo Executivo gaúcho. No sétimo mês de governo, Leite permanece com prestígio em alta e vêm imprimindo vitórias em plenário, com aprovações batendo a casa de 40 deputados, na Assembleia.
Nesta terça, o governador viaja para os Estados Unidos para um curso de capacitação em gestão pública, em Washington. Ele retorna às atividades no domingo. Durante esse período, o vice Ranolfo Vieira Junior responde pela administração.