PSB abre processo contra dissidentes que votaram a favor da Previdência

Lista abrange a deputada gaúcha Liziane Bayer

Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

O Conselho de Ética do PSB abriu, nesta segunda-feira, processo contra 11 deputados que votaram a favor da reforma da Previdência, contrariando orientação do diretório nacional do partido. Os deputados, incluindo Liziane Bayer, do Rio Grande do Sul, terão dez dias para apresentar defesa.

O processo vai ser levado posteriormente à direção da legenda, que pode punir os divergentes com advertência, suspensão e até expulsão, com base em recomendações do conselho de ética.

“Fizemos uma reunião para avaliar a pertinência da representação. A votação divergente da orientação do partido dá fundamento para recebê-la, instruir o processo e depois repassa-lo ao Diretório Nacional para a decisão final”, disse o presidente do conselho de ética da sigla, Alexandre Navarro, em entrevista para o jornal O Estado de S.Paulo.

Representantes de segmentos sociais do PSB pediram na semana passada censura pública, cancelamento de filiação, expulsão dos deputados, além da devolução dos recursos públicos destinados pelo partido à campanha deles.

O PSB se tornou, com isso, o partido de esquerda com mais votos a favor da reforma – 11 em 32 votos. O PDT, com 8 votos sim, também ameaça punir os deputados que foram contra orientação da bancada. Eles já são sondados por partidos de centro.

Os alvos de processo no PSB, além de Liziane, foram Átila Lira (PI), Emidinho Madeira (MG), Felipe Carreras (PE), Felipe Rigoni (ES), Jefferson Campos (SP), Luiz Flávio Gomes (SP), Rodrigo Agostinho (SP), Rodrigo Coelho (SC), Rosana Valle (SP) e Ted Conti (ES).

A abertura de processo não é inédita. Em 2017, a direção do PSB puniu parlamentares que votaram para barrar as investigações contra o então presidente Michel Temer (MDB), também em desrespeito à decisão do partido.