Com baixo movimento migratório e aumento da expectativa de vida, RS atinge menor crescimento populacional do País

Com 11,3 milhões de habitantes, o RS tinha potencial para ter mais de 12 milhões, mas os que saíram não voltaram

Foto: Alina Souza/CP

O Rio Grande do Sul registra a menor taxa de crescimento populacional do país e o baixo movimento migratório acentua esse dado. É o que mostra estudo divulgado, nesta segunda-feira, pela Secretaria de Planejamento, Orçamento e Gestão (Seplag). A Pasta apontou ainda que o percentual de idosos vem crescendo enquanto que cai o número de pessoas na faixa entre 15 e 64 anos, idade considerada potencialmente ativa.

A secretária Leany Lemos salienta que o movimento migratório e a transição demográfica, com 700 mil gaúchos que deixaram o Estado após ter nascido aqui, surtem impacto do ponto de vista econômico e de políticas públicas, e admite: “O Rio Grande não tem se mostrado atrativo para reter pessoas, especialmente os mais jovens, muito menos para cativar gente de fora. O estado precisará importar pessoas”.

Desde 2010, o RS é o que mais perdeu participação em termos demográficos na comparação com os estados das regiões Sul e Sudeste. Passou de 5,6% em 2010, para 5,4% no ano passado, o que representa perda de 347 mil pessoas. O trabalho do pesquisador Pedro Zuanazzi, do Departamento de Economia e Estatística (DEE) da Secretaria, mostra, ainda, que 20% da população gaúcha vai ter mais de 65 anos em 2035.

A explicação não está apenas no aumento da expectativa de vida, mas também nas trocas migratórias, com fluxo reduzido. “O problema não é o número que sai, pois a emigração não é elevada em relação às outras unidades da federação. Esta reduzida taxa líquida decorre, principalmente, pelo baixo ingresso de pessoas”, destacou. Com 11,3 milhões de habitantes, o RS tinha potencial para ter mais de 12 milhões, mas os que saíram não voltaram.

Destinos preferidos
Santa Catarina lidera o ranking dos destinos dos gaúchos. O RS perdeu para o estado catarinense cerca de 280 mil pessoas. A pesquisa revela que o déficit migratório causou, apenas em 2018, uma diminuição de 0,12% da população. Em Santa Catarina o processo foi inverso: cresceu 0,41%.

Em seguida na lista de preferências estão os estados do Paraná (com saldo migratório de -177 mil), do Mato Grosso (-90 mil), de São Paulo (-37 mil) e do Mato Grosso do Sul (-33 mil).