Relator mantém em 55 anos idade para aposentadoria de policiais

Líderes partidários afirmaram mais cedo existência de acordo para agentes se aposentarem mais cedo

Novo texto de Moreira traz quatro alterações Foto: Cleia Viana / Câmara dos Deputados

O novo voto complementar do relator da reforma da Previdência, Samuel Moreira (PSDB-SP), mantém em 55 anos a idade mínima para a aposentadoria dos policiais que servem a União. Se aprovada, a regra também vale para policiais civis do Distrito Federal.

Mais cedo, líderes partidários haviam afirmado a existência de um acordo permitindo aos policiais se aposentarem com idades menores, de 52 anos para mulheres e 53 anos para homens. Os mesmos líderes disseram que o presidente Jair Bolsonaro ligou pessoalmente para os parlamentares, solicitando a mudança.

O novo voto de Moreira, publicado na noite desta quarta-feira, no entanto, mantém as regras para as aposentadorias dos policias: 55 anos de idade, 30 anos de contribuição e 25 anos de efetivo exercício nessas carreiras, para ambos os sexos.

A posição do relator já havia sido antecipada pelo presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ). “Uma concessão a policiais poderia gerar efeito cascata”, disse Maia, após reunião com Moreira.

Estados totalmente fora da reforma
No voto lido há pouco, Moreira também recuou da permissão para que estados e municípios aumentem a contribuição dos servidores públicos locais para cobrir os rombos nos regimes próprios de Previdência. A possibilidade aparecia no relatório apresentado ontem pelo deputado tucano.

Com a desistência, os estados e os municípios voltarão a ficar integralmente fora da reforma da Previdência. Cabe às Assembleias Legislativas estaduais e às Câmaras Municipais, nesses casos, aprovar a validade da reforma para os governos locais, assim como o aumento das alíquotas dos servidores sob a respectiva alçada.