A relação entre o PP, sigla do vice Gustavo Paim, e o prefeito de Porto Alegre, Nelson Marchezan Júnior (PSDB), desandou de vez. Os ruídos vêm se agravando há algum tempo, e agora chegaram, segundo lideranças, a um “nível insustentável”, a ponto de uma ala progressista já defender a convocação do diretório municipal para votar o desembarque do governo. Considerado essencial para viabilizar a candidatura de Marchezan durante a construção da aliança na campanha, o PP enfrenta sucessivas baixas na representação.
Atualmente, o partido ocupa apenas um cargo no primeiro escalão: a Secretaria de Relações Institucionais, sob o comando do vice-prefeito. Em breve, porém, a representação do PP no secretariado deve ser nula. Christian Lemos, chefe de gabinete de Marchezan, vai suceder Gustavo Paim na função. A troca é uma decisão do prefeito. As baixas envolvem também cargos de segundo escalão.
Nessa sexta, 20 nomes ligados ao PP foram exonerados das funções. Há rumores de que o número de demitidos, nos próximos dias, tende a crescer ainda mais. Segundo lideranças progressistas, o partido tenta, sem sucesso, uma reunião com o prefeito desde janeiro. Os pedidos, feitos em março e há duas semanas, ficaram sem resposta.
Enquanto o PP perde posições, o PSDB amplia representação. De fato, o PP não é um aliado essencialmente fiel a Marchezan. Foram recorrentes as dissidências em votações, algumas importantes, como a que envolveu a planta do IPTU. Também não são raras as críticas públicas de integrantes do partido ao governo.
Progressistas dizem, no entanto, que votaram com o Executivo em cerca de 90% das propostas aprovadas pela Câmara e que as investidas contra o PP se devem, essencialmente, aos planos de protagonismo em 2020. Gustavo Paim é pré-candidato ao Paço no ano que vem.