G20 adverte que tensões geopolíticas põem em risco crescimento global

Sem citar “protecionismo”, documento frisa compromisso por um mercado livre, justo e aberto entre os países

Foto: Alan Santos/PR

A versão final do documento com as conclusões da cúpula do G20, ocorrida em Osaka, no Japão, salienta que a recuperação do crescimento da economia global está ameaçada pela intensificação de tensões de cunhos comercial e geopolítico.

O documento atesta que “o crescimento global parece estar se estabilizando, e se estima em geral uma recuperação moderada neste ano e em 2020”, mas em seguida reconhece que “o crescimento continua baixo” e que “as tensões geopolíticas e comerciais se intensificaram”.

O texto reafirma também o “compromisso de usar todas as ferramentas políticas para alcançar o crescimento forte, sustentável, equilibrado e inclusivo”. Entre os desafios, é citado o envelhecimento da população mundial, “a exigir mudanças estruturais em políticas fiscais e trabalhistas”.

Sem citar a palavra “protecionismo”, o documento frisa o compromisso por um mercado livre, justo e aberto entre os países.

A reunião do G20 ocorreu em meio a uma guerra comercial entre os Estados Unidos e a China, o que vem afetado a economia global. Após uma reunião entre os presidentes dos dois países, neste sábado (29), ambos concordaram em retomar negociações, numa aparente trégua na disputa tarifária.

Outros temas de destaque no documento final do G20 foram a livre circulação de informações entre os países, por meio da inovação digital; os investimentos em infraestrutura; o combate à corrupção e o reforço ao empoderamento das mulheres.

“A igualdade de gênero e o empoderamento das mulheres são essenciais para se alcançar um crescimento econômico sustentável e inclusivo”, defende o documento.

Meio ambiente
Um dos temas de maior atenção ao longo da cúpula do G20, o aquecimento global também teve grande destaque no documento final, que ressalta a busca por inovações que resultem na redução das emissões de gases e a geração de energia limpa.

O texto reitera o compromisso dos países do G20 em cumprir o Acordo de Paris relativo às mudanças climáticas mas, em um dos parágrafos, o documento final atesta a posição dos Estados Unidos de se retirar do acordo, sob a alegação de que prejudica os cidadãos, conforme decisão tomada pelo presidente Donald Trump desde que assumiu o cargo, em 2016.