A Trensurb emitiu nota, no início da tarde desta quinta-feira, atribuindo à variação brusca de temperatura as fissuras nos trilhos que deixaram o sistema em via única, nessa manhã, entre as estações Farrapos e São Pedro, na zona Norte de Porto Alegre. A empresa explicou que, quando a temperatura cai muito rápido, os trilhos tendem a se contrair e produzir tensões sobre a solda existente entre eles. Nessa quarta, a máxima chegou próxima a 30ºC, contra uma mínima perto de 4ºC, durante a madrugada.
“Situação semelhante atinge não somente metrôs e ferrovias no Brasil, temos registro de ocorrências desse tipo, inclusive no metrô de Nova Iorque, no mês de junho, quando é verão no hemisfério Norte”, frisou a companhia.
A Trensurb garante que vem adotando medidas para melhorar a qualidade dos processos de soldagem, utilizando equipamentos de ultrassom. A estatal explica que o uso de trilhos soldados proporciona uma marcha mais suave e confortável para os passageiros dos trens. No sistema que liga Porto Alegre a São Leopoldo, as barras de trilhos, geralmente de 18 metros de comprimento, são soldadas continuamente através de processo aluminotérmico.
Em caso de mudança brusca de temperatura, essa região de solda se torna a mais vulnerável, já que absorve as tensões do ferro e, ao mesmo tempo, as da aceleração e frenagem dos trens.
Depois de circularem com intervalos de até 12 minutos em horário de pico, o que lotou as estações, as composições voltaram ao normal perto de 9h15min, em Porto Alegre.
No Vale do Sinos, porém, um atropelamento com morte na via, ocorrido também no início da manhã, deixou em via única um outro trecho do sistema, entre as estações São Leopoldo e Unisinos. O trabalho da perícia chegou a bloquear a via e a circulação só se normalizou após as 11h.