Polícia busca melhorar imagens para identificar carro usado em ataques com ácido em Porto Alegre

Delegado Fernando Soares anunciou as primeiras peças do quebra-cabeça montado pela Polícia

Delegado Fernando Soares disse que agressor agiu sozinho e seria “um homem, branco, alto, entre 25 e 30 anos de idade” | Foto: Alina Souza

A Polícia Civil intensificou as investigações em torno do “maníaco do ácido”, que atacou cinco vítimas usando um Hyundai HB20 de cor branca, nos bairros Nonoai e Aberta dos Mortos, na zona Sul de Porto Alegre. Nesta terça-feira, o diretor da Delegacia de Polícia Regional de Porto Alegre (DPRPA), delegado Fernando Soares, anunciou as primeiras peças do quebra-cabeça montado pela 13ª DP para elucidar o caso.

“Já temos mais de 20 imagens do carro em locais diferentes”, anunciou. As filmagens estão sendo analisadas pelo Instituto-Geral de Perícias para melhorá-las e possibilitar a identificação das placas do automóvel do suspeito. Nesse contexto, os agentes estão verificando e fazendo a triagem de cerca de 12 mil veículos cujas imagens foram registradas pelo cercamento eletrônico no período dos ataques.

“É um trabalho seletivo”, constatou. Ele detalhou que estão sendo selecionados em um primeiro momento todos os veículos de cor branca e depois apenas os do modelo utilizado pelo suspeito para posteriormente serem identificados os proprietários de cada um. “Não é fácil… é uma agulha no palheiro”, reconheceu, embora manifestando confiança no êxito do trabalho investigativo.

O delegado Fernando Soares disse ainda que, baseado no depoimento das vítimas, o agressor agiu sozinho. O suspeito é “um homem, branco, alto, [aparentando] entre 25 e 30 anos de idade”. Entre os cinco ataques, recordou, apenas no primeiro, na quarta-feira passada, o homem agiu com uma bicicleta. Nos demais, na última sexta, o agressor fugiu de carro. As vítimas, avaliou, foram escolhidas de modo aleatório e inexiste qualquer ligação entre elas.

O titular da DRPA afirmou também que a substância corrosiva jogada nas vítimas, que pode ser um ácido, ainda não foi identificada. O laudo pericial vai ser importante na investigação, a partir da origem do produto e até para que se comparem as amostras colhidas ao longo do trabalho policial. “Trabalhamos com várias hipóteses”, destacou, citando como exemplo os locais dos ataques, que podem indicar uma escolha deliberada por algum motivo ainda desconhecido.

Por enquanto, o diretor da DPRPA considerou prematuro traçar um perfil psicológico do agressor e qual o motivo dos ataques. “Foge da normalidade com certeza. Os indícios nos levam a crer que possa existir um desvio de comportamento”, admitiu. “Corremos contra o tempo pois quem fez cinco vezes pode fazer mais… não queremos trazer o pânico mas sempre é bom ter cuidado”, complementou.

A Polícia Civil pede que qualquer informação sobre o suspeito seja repassada através do telefone 197 e do (51) 3242-1108, ambos funcionando 24 horas. “Pode ser até de um parente, de um amigo… garantimos o anonimato. Para nós o que interessa são as informações”, assegurou.