O novo presidente dos Correios, Floriano Peixoto, afirmou hoje que chega à empresa para fortalecê-la. Peixoto tomou posse no fim da tarde, no Palácio do Planalto. Na solenidade, o novo presidente disse que o momento não é de falar sobre privatização da empresa. Ele afirmou que não pode adiantar nenhuma medida sem antes conhecer a estrutura dos Correios.
“Não estamos ainda falando nada de privatização. A minha intenção é trabalhar para fortalecer, fazer a empresa crescer, ficar mais gigante ainda do que ela é”, disse Peixoto à imprensa após a cerimônia de posse. “Não devo adiantar nenhuma medida que será feita sem chegar lá. Eu vou contar com a lucidez, a experiência dos que lá estão, da diretoria, para estabelecermos metas de trabalho para fortalecer a empresa”, completou.
Em abril, o presidente Jair Bolsonaro autorizou a realização de estudos para privatização da empresa. Ao anunciar a medida, lembrou ainda os casos e as suspeitas de irregularidades que envolveram a estatal. Durante a campanha eleitoral, Bolsonaro sinalizou privatizar a empresa devido aos prejuízos, mas a estatal vem se recuperando financeiramente desde 2017.
Peixoto disse ainda que, ao convidá-lo a assumir a estatal, Bolsonaro o orientou a fazê-la crescer. “A recomendação que ele fez foi: ‘Floriano, trabalhe para fazer a empresa crescer financeiramente e para alcançar referenciais de excelência’. Os Correios são do Brasil, é uma empresa nossa e [de] que temos muito orgulho”.
Troca de comando
Peixoto deixou a Secretaria-Geral da Presidência da República para assumir os Correios. Na cerimônia de hoje, na qual Jorge Antônio de Oliveira Francisco também tomou posse como novo secretário-geral da Presidência, Bolsonaro afirmou que Peixoto é seu “coringa”.
“Conversei com ele, que é nosso coringa aqui no Planalto, e aceitou a missão de ficar à frente dos nossos Correios. Tem desafios, sabemos da importância e da história dos Correios e temos certeza de que ele fará o melhor para ajudar na recuperação desta instituição”, disse o presidente.
Peixoto entra no lugar de Juarez Cunha, general, assim como ele. Bolsonaro demitiu Cunha após afirmar que ele agiu como “sindicalista”. No início do mês, em audiência pública na Comissão de Legislação Participativa Câmara dos Deputados, Cunha criticou a entrega da empresa à iniciativa privada. O presidente da República também criticou o fato de Cunha ter tirado fotos com parlamentares de oposição e sindicalistas durante a audiência.
Com 356 anos de existência, a empresa é subordinada hoje ao Ministério das Comunicações, Ciência, Tecnologia e Inovação. Após prejuízos registrados entre 2013 e 2016, a estatal registrou lucro de R$ 161 milhões em 2018 e de R$ 667,3 milhões em 2017.