Após quase seis meses das enchentes que assolaram a Fronteira Oeste do Rio Grande do Sul, quando foram registradas perdas nas lavouras de arroz na região, os produtores enfrentam outro problema. As estradas que foram atingidas continuam sem condições de trafegabilidade. Um dos exemplos é a RS 566, em Alegrete (RS), que passa pelo município e que em dias de chuva fica praticamente intransitável trazendo mais prejuízos para o setor agropecuário.
Conforme a presidente da Associação de Arrozeiros de Alegrete, Fátima Marchezan, o problema é grande que chega ao ponto de produtores acabarem ilhados nas suas propriedades em função da péssima condição de manutenção das estradas. “Os produtores não conseguem escoar a produção que estão nos silos e nem o transporte chega para trazer os insumos para dentro das propriedades, seja ração, adubo e calcário. O pessoal que precisa vender gado os caminhões não conseguem chegar na propriedade”, destaca.
Fátima lembra que Alegrete já enfrentou este ano enchentes seguidas com grandes prejuízos e perdas na lavoura de arroz. Reforça que cerca de 5% das áreas foram perdidas por alagamento e mais 16% da produção perdida em função da baixa luminosidade ou ausência de insolação durante a maior parte do mês de janeiro. “Isso afetou bastante a produção no município que teve uma redução de 25%”, observa.
As informações recebidas pelos arrozeiros da região é de que o problema não é a falta de recursos, mas apenas um ato administrativo do governo do Rio Grande do Sul, no qual foi prometido ainda em janeiro, durante visita à Uruguaiana, onde foi alocado recursos para o reparo emergencial das estradas nos municípios atingidos, mas ainda não foi liberado.