Para tentar desafogar a aglomeração de presos em viaturas e delegacias de Polícia, o governo estadual informou, nesta quarta-feira, que vai trabalhar com a locação de imóveis para abrigar detentos à espera de vagas no sistema prisional.
Pelo menos três espaços devem ser locados, dois deles situados em Porto Alegre. Um terceiro imóvel, também no radar do Executivo, fica situado na região Metropolitana. Os endereços, que ainda não foram revelados, devem estar liberados em até um mês.
O Palácio Piratini adiantou, ainda, que um imóvel de propriedade do Estado já passa por reformas para ajudar a reduzir o acúmulo de pessoas detidas em situação inadequada.
Nesse espaço, seguem pendentes a instalação de grades e o reforço estrutural. A previsão é de que o centro de triagem, com capacidade para abrigar 200 presos, seja entregue em até 60 dias.
Em reunião com o governador Eduardo Leite e o vice, Ranolfo Vieira Jr., o secretário de Administração Penitenciária, Cesar Faccioli, também garantiu que 350 tornozeleiras eletrônicas virão de Santa Cruz do Sul para auxiliar no processo de progressão de pena. Com isso, o Executivo espera ampliar o rodízio de apenados que podem cumprir pena em regime semiaberto, liberando vagas para a entrada de presos em flagrante.
“Sobre a questão emergencial que estamos vivendo, foi autorizado pelo governador, identificar alguns imóveis para serem utilizados como centros de triagem para, no mais curto prazo possível, administrarmos essa crise, que, reconhecemos, é muito grave”, explicou Faccioli.
Estado precisa tirar presos das viaturas até sexta
Nessa terça, mais uma decisão judicial deu prazo de 48 horas para que o Estado retire os presos de viaturas da Polícia. Notificado às 12h desta quarta, a Secretaria de Administração Penitenciária precisa, em tese, cumprir a decisão até o mesmo horário de sexta-feira. A Procuradoria-Geral do Estado (PGE), porém, trabalha na causa e busca recorrer da sentença.
Conforme Faccioli, nas últimas 24 horas, 85 presos foram transferidos para o sistema carcerário. No início da tarde, porém, ainda 159 aguardando vaga em viaturas e celas de DPs da Capital e região Metropolitana.
O Executivo também relativiza o acúmulo de detentos fora dos presídios, se comparado ao número total de detidos no RS. De janeiro até hoje, 7.333 pessoas foram presas, sem abertura de nenhuma vaga nova.
