A Polícia Federal liberou o prefeito de Florianópolis, Gean Loureiro (ex-MDB, hoje sem partido), preso temporariamente na Operação Chabu, após prestar depoimento, nessa terça-feira. O Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4) confirmou, durante a tarde, que o prefeito era um dos sete detidos temporariamente. Em live compartilhada em perfil pessoal no Facebook, Loureiro disse, à noite, ter sido vítima da “maior injustiça” já cometida contra ele.
Além da prisão temporária, o TRF4 determinou o afastamento das funções do prefeito, por 30 dias, a proibição para que ele faça contato com os demais envolvidos na investigação e que não se afaste do Estado de Santa Catarina sem prévia autorização.
Segundo o advogado de defesa, Diogo Pitsica, na decisão que determinou a prisão temporária do prefeito, havia a prerrogativa de liberação, pelo delegado da PF, após o depoimento, em caso de entendimento nesse sentido. Pitsica disse que ainda não teve acesso à decisão.
“No cruzamento das informações dos depoimentos colhidos, verificaram que não havia necessidade da minha prisão”, afirmou o prefeito, em coletiva de imprensa. Ele também garantiu ter respondido a todas as perguntas da PF.
A defesa pretende vir à sede do TRF4, em Porto Alegre, nesta quarta-feira, para tentar reverter o afastamento do prefeito das funções. Enquanto isso, Gean promete cumprir a decisão.
Entenda a Operação Chabu
Após a análise de materiais apreendidos durante a Operação Eclipse, deflagrada em agosto de 2018, a Polícia Federal apurou que a suposta organização criminosa investigada pelo inquérito construiu uma rede composta por um núcleo político, empresários, e servidores da Polícia Federal e da Polícia Rodoviária Federal, lotados em órgãos de inteligência e investigação. O objetivo era embaraçar investigações policiais e proteger o núcleo político em troca de vantagens financeira e política.
Durante as investigações, foram apuradas várias práticas ilícitas, desde o vazamento sistemático de informações a respeito de operações policiais a serem deflagradas, até o contrabando de equipamentos de contra-inteligência para montar “salas seguras” à prova de monitoramento em órgãos públicos e empresas de Santa Catarina.