A Elysios Agricultura Inteligente, startup gaúcha dedica a tornar a agricultura mais conectada, inteligente e acessível para os produtores, foi uma das startups selecionadas pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para participar de um projeto de mentoria e aceleração, o BNDES Garagem.
Mais de 5 mil startups foram inscritas, mas apenas 30 foram selecionadas, e a Elysios foi a única do sul do Brasil ligada ao agro. O local escolhido para reunir tanta inovação é o Wework Carioca, espaço de colaboração no Rio de Janeiro utilizado para as atividades presenciais do programa. Durante um período de seis meses, os jovens empreendedores ficarão na cidade maravilhosa, onde receberão mentoria de profissionais do banco de fomento, participarão de workshops, além de terem a oportunidade de firmar parceria comercial e ter acesso a mentores e redes de parceiros do BNDES.
“Nesta etapa do BNDES Garagem estamos acelerando nosso produto com foco na agricultura familiar. Ficaremos nesse sistema até setembro. Dentro desse processo nos dão acesso ao ecossistema do BNDES para se conectar com produtores, compreender suas dores e melhorar suas soluções. É um orgulho muito grande para a Elysios estar entre as selecionadas”, destaca Frederico Apollo Brito, cofundador da Elysios.
A AgTech, nome como foram batizadas as startups de tecnologia para o agronegócio, está incubada na Hestia (Incubadora da Engenheira da Universidade Federal do Rio Grande do Sul UFRGS, em parceria com a Faculdade de Agronomia). Assim, a Elysios utiliza como base o conceito de Internet das Coisas e Inteligência Artificial. Com essa tecnologia, é feito o sensoriamento do cultivo e processamento dos dados, que permitem ao produtor tomar a melhor decisão possível com base nas necessidades da planta, possibilitando ganho de produtividade e um uso otimizado de água e insumos.
“Nossa solução distribui no ambiente do cultivo tecnologias de sensoriamento para as principais variáveis responsáveis pela qualidade do cultivo, como temperatura, luminosidade, umidade, irrigação e nutrientes. Além disso, permite ganho de produtividade e um uso otimizado de insumos, chegando a uma economia de água de até 80% e com metade da mão de obra”, destaca Frederico.
Os jovens empreendedores revelam que as soluções desenvolvidas hoje pela Elysios têm origem numa dificuldade real enfrentada na produção de tomate por um dos sócios, mas foi com a união de amigos com diferentes expertises que a ideia ganhou forma de negócio. Os cinco sócios têm formação bem distintas – Fernando Rauber é agrônomo, Frederico Apollo Brito, economista, Levi Trevisan, engenheiro elétrico, Gabriel Simonetti e Matheus Crespi Schenfeld, da área da computação. No entanto, todos tem em comum o espírito empreendedor e a paixão pelo agro.
Envolvidos em seu projeto, os sócios perceberam que faltava tecnologia para o setor de horticultura. “Percebemos que a automação era necessária se quiséssemos nos aventurar dentro deste segmento da agricultura e continuar com o andamento de nossos trabalhos e estudos. Fomos unindo colegas da engenharia, ciência da computação, com conhecimento em Internet das Coisas e Estatística (AI). A partir da incubação na Hestia da engenharia da UFRGS, demos um passo muito importante para desenvolver a proposta, ganhando consultoria em digitalização e aprimorando a empresa”, destaca Frederico.
O desenvolvimento da AgTech gaúcha realmente vem sendo acelerado, tanto que a Elysios já é reconhecida pela qualidade e eficiência das soluções de gerenciamento de informações por aplicativo ou web, além dos sistemas de sensoriamento e automação.
Para o diretor da Isla Sementes, Carlos Nunes, que acompanhado o trabalho da equipe da Elysios com grande frequência, afirma que as soluções agrícolas inteligentes desenvolvidas pela empresa pode impactar positivamente no agronegócio, trazendo vantagens não só para o produtor, mas para a sociedade como um todo.
“As soluções desenvolvidas pela Elysios pode impactar positivamente no agronegócio. Proporcionando soluções justas e viáveis economicamente, além de ecologicamente corretas. Para o agricultor proporciona um controle eficaz de pragas e fertilizantes. Também considero que as ferramentas desenvolvidas garantem o sistema de automação tanto para cultivos abertos, como protegidos, diminuindo os cultos e aumentando a produtividade”, revela Claudio Nunes.
Além da Isla Sementes, a Elysios também atende importantes vinícolas da serra gaúcha e produtores de olivas e noz pecã, como destaca o engenheiro agrônomo e sócio da AgTech, Fernando Rauber.
“Nosso foco é a horticultura, que foi onde nascemos. A meta é atingir nosso processo de internacionalização e aceleração, num prazo de 3 a 5 anos. Nosso objetivo é digitalizar a agricultura desde a nossa geração, transformar dados em análises para o produtor, pois viemos do campo e sabemos como é o dia a dia”, enfatiza.
As AgTechs já formam um grupo de cerca de 300 companhias no país. De acordo com dados da Associação Brasileira do Agronegócio (Abag), essas empresas investem cerca de R$ 100 milhões ao ano e são capazes de oferecer ao produtor qualquer tipo de serviço em busca de uma melhor produção.