“A sensação é de alívio”, afirmou o presidente da Associação dos Familiares de Vítimas e Sobreviventes da Tragédia de Santa Maria (AVTSM), Flávio Silva, que esteve em Brasília para acompanhar, na tarde de hoje, a decisão do Superior Tribunal de Justiça que redirecionou os quatro réus pelo incêndio da boate Kiss. Silva disse à Rádio Guaíba que, após a Corte acolher os recursos da entidade e do Ministério Público, os familiares e sobreviventes da tragédia conseguem, novamente, “acreditar em justiça”.
O advogado do réu Elisandro Spohr, Jader Marques afirmou estar propondo que o Ministério Público não ofereça mais recursos e desista dos já pendentes para que o julgamento ocorra o mais breve possível e, com isso, ele também não precise recorrer da decisão desta terça.
Já a defesa de Mauro Hoffmann, Mario Cipriani, pelo contrário, disse não ter concordado com a decisão do STJ. Ele adiantou que, após uma análise minuciosa, vai avaliar a possibilidade de recorrer e “permitir ao Supremo” dar a última palavra sobre o caso.
O Ministério Público informou, em nota, que ainda vai avaliar “o afastamento das qualificadoras”, embora seja possível não haver recurso. A entidade teme prejuízo à celeridade do julgamento e espera que ele ocorra “até o final deste ano”.
Caso as defesas e a acusação não entrem com recurso, o próximo passo é a Justiça de Sata Maria decidir se o júri popular ocorre ou não na cidade. O diretor jurídico da AVTSM, Paulo Carvalho, entende que a decisão de hoje já é um passo importante e que, pessoalmente, mesmo que não ocorra no município, o importante é que a sociedade julgue as responsabilidades pela tragédia.
Já o presidente da AVTSM entende que, para o ciclo ser encerrado, o ideal é de que os réus sejam julgados em Santa Maria e pela comunidade que presenciou a tragédia. O incêndio vitimou 242 jovens e feriu mais de 630.