Após prisão, TRF4 manda afastar prefeito de Florianópolis, por 30 dias

Gean Loureiro (ex-MDB) é um dos sete detidos pela Operação Chabu, da PF, nesta terça-feira

Foto: Divulgação/Redes Sociais/Gean Loureiro

Além da prisão temporária, de cinco dias, o desembargador federal Leandro Paulsen, do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4), em Porto Alegre, determinou que Gean Loureiro (ex-MDB) seja afastado das funções de prefeito de Florianópolis, por 30 dias, a contar do início da detenção. O prefeito se tornou alvo da operação Chabu, da Polícia Federal, que prendeu sete pessoas, nesta terça-feira, incluindo o delegado Fernando Caieron, da própria PF de Florianópolis, detido pela manhã em Porto Alegre.

Pela sucessão natural, quem assume o cargo é o vice-prefeito João Batista Nunes (PSDB), que até o início da noite seguia incomunicável, em reuniões no Paço Municipal. A expectativa é de que alguma posição sobre a posse seja tomada ainda nesta terça.

Gean também fica proibido de fazer contato – seja presencial, por telefone ou mensagem, pessoalmente ou por terceiro – com os demais envolvidos na investigação. O prefeito afastado não pode deixar Santa Catarina sem autorização judicial e teve que entregar o passaporte.

A competência é do TRF-4 em função do foro do prefeito Gean. Ao todo, foram expedidos 23 mandados de busca e apreensão e sete de prisão temporária (de cinco dias), com cumprimentos em Santa Catarina e na capital gaúcha.

Conforme o TRF4, trata-se de uma investigação, ainda em inquérito, e por isso não há ação penal. Ainda segundo o tribunal, o processo corre em segredo de justiça para preservar a própria investigação.

Entenda a Operação Chabu
Após a análise de materiais apreendidos durante a Operação Eclipse, deflagrada em agosto de 2018, a Polícia Federal apurou que a suposta organização criminosa investigada pelo inquérito construiu uma rede composta por um núcleo político, empresários, e servidores da Polícia Federal e da Polícia Rodoviária Federal, lotados em órgãos de inteligência e investigação. O objetivo era embaraçar investigações policiais e proteger o núcleo político em troca de vantagens financeira e política.

Durante as investigações, foram apuradas várias práticas ilícitas, desde o vazamento sistemático de informações a respeito de operações policiais a serem deflagradas, até o contrabando de equipamentos de contra-inteligência para montar “salas seguras” à prova de monitoramento em órgãos públicos e empresas de Santa Catarina.