Leite elogia atuação de Levy, mas reforça que parceiro do RS é o BNDES

Durante gestão do agora ex-presidente do banco, governo conseguiu remanejar R$ 131 milhões para concluir obras da ERS-118

Em fevereiro, Leite também esteve reunido com Levy no RJ. Foto: Itamar Aguiar/Palácio Piratini

O governador Eduardo Leite (PSDB) destacou, nesta segunda-feira, o empenho do então presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) Joaquim Levy para garantir os recursos necessários para a conclusão das obras de duplicação da ERS-118. A afirmação ocorreu após Leite ter anunciado pacote de R$ 301 milhões em investimentos para as estradas gaúchas, sendo R$ 131 milhões via BNDES para a 118, entre o entroncamento com a BR-116, em Sapucaia do Sul, e o cruzamento com a FreeWay, em Gravataí.

Durante a gestão de Levy, o BNDES avalizou redirecionar recursos já assegurados ao governo gaúcho para uma obra considerada prioritária e de maior impacto. Assim, os R$ 131 milhões foram empenhados para conclusão da ERS-118, prevista agora para o fim de 2020. Além disso, em maio, Eduardo Leite e o ex-presidente Joaquim Levy assinaram termo de cooperação técnica para que os especialistas do BNDES auxiliem o RS no processo de desestatização de empresas públicas e na elaboração de modelos de parcerias público-privadas.

Embora tenha ressaltado o trabalho do economista em prol do RS, Eduardo Leite reforçou que o parceiro do governo é o banco, e não uma figura em específico. “O BNDES é um bom parceiro e o Joaquim Levy vinha sendo um bom parceiro. A nossa relação permanece a mesma com o banco, não é com as pessoas, é com a instituição BNDES”, mencionou.

Nesse domingo, Joaquim Levy entregou o cargo ao ministro da Economia, Paulo Guedes após ter a “cabeça colocada a prêmio” pelo presidente Jair Bolsonaro. No sábado, Bolsonaro disse estar “por aqui” com o economista e ameaçou demiti-lo após Levy ter nomeado Marcos Barbosa Pinto – que já tinha trabalhado no banco como assessor em 2005 e 2006, em um governo do PT. O Palácio do Planalto ainda quer que a troca no comando do banco reforce o discurso de “despetização” do BNDES.

Hoje, o engenheiro e economista Gustavo Montezano teve o nome confirmado para o comando do BNDES. Ele assume tendo de colocar em prática promessa de campanha de Bolsonaro de abrir o que chama de “caixa-preta” do banco.