O vice-presidente da República, Hamilton Mourão, não comentou as causas da queda do primeiro ministro da ala militar do governo, general Carlos Alberto Santos Cruz, demitido da Secretaria de Governo da Presidência da República, nessa quinta-feira. O oficial da reserva vinha sofrendo ataques do guru do presidente Jair Bolsonaro, o filósofo Olavo de Carvalho, e dos filhos do presidente. Cerca de um mês atrás, em Dallas, o general admitiu ao R7 Planalto estar confortável no governo, apesar da crise com a ala ideológica.
Questionado se Olavo de Carvalho havia ganho mais uma queda de braço, Mourão respondeu de forma sucinta: “Não sei o que aconteceu”, resumiu. O vice-presidente recebeu hoje o título de cidadão honorário de Porto Alegre, durante cerimônia realizada sob forte aparato de segurança, na Câmara de Vereadores, a quadras de distância da caminhada de encerramento da Greve Geral contra a reforma da Previdência.
Nessa manhã, Bolsonaro afirmou, durante café com jornalistas, que ofereceu a Santos Cruz qualquer cargo para continuar no Executivo, e que o general negou a oferta. “Ele continua no meu coração por assim dizer”, afirmou o presidente.
Após a terceira baixa no primeiro escalão, o porta-voz do governo, general Octávio Rêgo Barros, confirmou ontem que o secretário de governo da Presidência passou a ser o general da ativa Luiz Eduardo Ramos Pereira, que deixou o Comando Militar do Sudeste.