Juiz decide que Adélio Bispo deve ser internado em manicômio judiciário

Magistrado concluiu que autor da facada em Bolsonaro não pode ser responsabilizado criminalmente por seus atos

Foto: Assessoria de Comunicação Organizacional do 2° BPM

O juiz Bruno Savino, da 3ª Vara da Justiça Federal em Juiz de Fora (MG), absolveu Adélio Bispo de Oliveira, autor do ataque a faca contra o então candidato à Presidência da República Jair Bolsonaro durante a campanha eleitoral do ano passado.

O magistrado considerou Adélio inimputável por transtorno mental e, apesar de entender que o ideal era internar o acusado em um manicômio judiciário, por tempo indeterminado, como estabelece a sentença, definiu que ele permaneça na Penitenciária Federal de Segurança Máxima de Campo Grande (MS), onde permanece desde o atentado, devido ao nível de periculosidade.

Adélio deu uma facada em Bolsonaro enquanto ele fazia campanha na cidade mineira, em 6 de setembro do ano passado.

Em maio, após a realização de laudos periciais oficiais, o juiz concluiu que Adélio é inimputável, ou seja, de acordo com as leis penais, não pode ser responsabilizado criminalmente pelos atos que cometeu. De acordo com a perícia, o acusado é portador de transtorno delirante persistente.

“Todos os profissionais médicos psiquiatras que atuaram no feito, tanto os peritos oficiais como os assistentes técnicos das partes, foram uníssonos em concluir ser o réu portador de transtorno delirante persistente. Quanto à avaliação sobre a capacidade de entendimento do caráter ilícito do fato e a capacidade de determinação do acusado, suas conclusões oscilaram entre a inimputabilidade e a semi-imputabilidade”, detalha a decisão.

Conforme denúncia feita pelo MPF e aceita pela Justiça, o acusado colocou em risco o regime democrático ao tentar interferir no resultado das eleições por meio do assassinato de um dos concorrentes na disputa presidencial. De acordo com o procurador autor da denúncia, Adélio Bispo planejou o ataque com antecedência de modo a excluir Bolsonaro da disputa.

A defesa de Adélio sustenta que ele agiu sozinho e que o ataque foi apenas “fruto de uma mente atormentada e possivelmente desequilibrada” por conta de um problema mental.