Bolsa cai e dólar sobe após críticas de Guedes a relatório da Previdência

Moeda fechou o dia a R$ 3,89

Confronto atingiu bolsas de diversos países Foto: Marcos Santos/USP Imagens/CP

A insatisfação explícita do ministro da Economia, Paulo Guedes, com o relatório da reforma da Previdência reacendeu os temores de desentendimentos entre Executivo e Legislativo e o mercado de ações trocou o otimismo pela prudência, nesta sexta-feira. As informações foram apuradas pelo jornal O Estado de S.Paulo.

As críticas do ministro foram rebatidas no mesmo tom pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ). O deputado afirmou não ter compromisso com o governo – que chamou de “usina de crises” – mas garantiu que a reforma vai ser votada na Câmara antes do recesso parlamentar.

Em meio à troca de farpas, o Índice Bovespa terminou o dia em queda de 0,74%, aos 98.040 pontos, encerrando a semana perto da estabilidade (0,22%).

O cenário internacional também não ajudou. Indicadores econômicos chineses frustraram expectativas e a bolsa repercutiu, também, a relação ainda mais tensa entre Estados Unidos e Irã, que Washington acusou estar por trás de um ataque a dois navios petroleiros na véspera.

No âmbito macroeconômico doméstico, o IBC-Br de abril abaixo do piso das estimativas trouxe desânimo para as ações, com analistas já à espera de redução das estimativas para o Produto Interno Bruto (PIB) na próxima edição do Boletim Focus.

Dólar
O ressurgimento das tensões políticas domésticas levou os investidores a correr ao dólar em busca de proteção ao longo da tarde. Já em alta pela manhã em meio a um movimento global de fortalecimento da divisa, o dólar acelerou à tarde após as declarações de Paulo Guedes sobre o parecer da reforma, apresentado na quinta-feira na comissão especial da Câmara.

Com máxima de R$ 3,9136, o dólar à vista encerrou a sessão desta sexta em alta de 1,15%, a R$ 3,8991 – maior valor de fechamento em junho. Apesar de terminar a semana com alta de 0,57%, a moeda americana ainda cai 0,67% no acumulado do mês.