A área de 705,7 mil hectares de trigo no Rio Grande do Sul divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) confirmou a estimativa da Federação das Cooperativas Agropecuárias do Estado do Rio Grande do Sul (FecoAgro/RS) sobre uma manutenção de área na safra do cereal. As cooperativas agropecuárias gaúchas são responsáveis pela originação de cerca de 60% do produto que é produzido no Estado. Neste momento, os produtores estão semeando a cultura e o tempo seco vem ajudando no plantio.
Segundo o presidente da entidade, Paulo Pires, o entendimento é de que o trigo é uma cultura fundamental para o sistema de produção, para a economia do Estado e para a renda dos produtores, mas com um quadro de custo alto, como já divulgado pela FecoAgro/RS no mês de março de aproximadamente R$ 2,1 mil só de desembolso, o que dá mais de 50 sacas por hectare, e sem uma política clara ainda de seguro agrícola, que se espera para o Plano Safra que será divulgado no dia 18 de junho, o produtor se retrai.
Na visão de Pires, dois tipos de produtores plantaram o trigo nesta temporada. Um é o que entende que é de fundamental importância no seu sistema e todo ano planta independentemente das condições de mercado. “Ele é importante em algumas regiões do Estado e nas cooperativas é a maioria de seus associados. E tem o produtor que confia em uma produtividade de mais de 70 sacas por hectare, mesmo com um custo mais alto, ele acredita que tem tecnologia para ter uma produção de até 80 sacas por hectare e vislumbra resultado econômico”, explica.
O presidente da FecoAgro/RS reforça que a cultura do trigo é fundamental para a proteção do solo e cumpre o papel de mais um ganho econômico na propriedade. “Até porque a soja oscilou R$ 10,00 há poucos dias, caiu até para R$ 61,00 no preço de pedra, depois teve recuperação e caiu novamente e esta instabilidade toda nos remete que temos que ter outra cultura para ter renda na propriedade para manter custo fixo e outras coisas que já elencamos”, ressalta.
Para Pires, mesmo com culturas como canola e aveia branca, nenhuma se apresentou em substituição ao trigo em termos de volume e em expressão econômica. “Continuamos achando que o trigo é fundamental e continuamos propondo este desafio que os obtentores encontrem cultivares que com o mesmo pacote tecnológico de hoje possamos ter maior produção e a exportação se apresenta como um fator importante. No ano passado foram 600 mil toneladas exportadas, o cenário era diferente e tinha maior demanda, mas este ano tem mercado e é importante os produtores e as cooperativas fazerem contratos”, destaca.