Em discurso na Fiesp, Bolsonaro exalta ministros, mas não cita Moro

Presidente também falou sobre "pressão" que recebe no cargo

Foto: Alan Santos / Palácio do Planalto

Em discurso para uma plateia de cerca de mil empresários na sede na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) nesta terça-feira, o presidente Jair Bolsonaro exaltou cinco dos ministros do governo, mas não citou o nome do titular da Justiça, Sergio Moro. Mais cedo, o presidente chegou a encerrar uma entrevista coletiva no aeroporto de Congonhas ao ser questionado sobre os áudios vazados pelo site The Intercept Brasil com supostas conversas de Moro com integrantes da força-tarefa da Lava Jato quando ainda era juiz.

Em uma fala de improviso de cerca de meia hora, Bolsonaro elogiou o ministro da Economia, Paulo Guedes, o do Meio Ambiente, Ricardo Salles, o da Infraestrutura, Tarcísio Gomes, o da Defesa, Fernando Azevedo, e o da Ciência e Tecnologia, Marcos Pontes. “A escolha dos ministros sem critério políticos, mas técnicos, nos faz um governo diferente. Nossa obrigação é não atrapalhá-los”, disse Bolsonaro. As declarações foram publicadas pelo jornal O Estado de S.Paulo.

Condecoração
No evento, o presidente recebeu de Paulo Skaf (MDB), presidente da Fiesp, a medalha da Ordem do Mérito Industrial de São Paulo e ouviu do empresário que a classe produtiva está “alinhada” com o governo.

“Pressões”
Ainda conforme o Estadão, o presidente também falou sobre a “pressão” que recebe no cargo. “Poucos resistiriam às pressões que recebo sentado naquela cadeira presidencial”, afirmou. “Ruralistas foram ver se colocavam ministro deles lá (na pasta da Agricultura). Eu disse que tudo bem, mas que tiraria o (Ricardo) Salles do Meio Ambiente e colocaria o Zequinha Sarney (ex-ministro do Meio Ambiente) lá”, brincou Bolsonaro.

Em outro momento, o presidente abordou as dificuldades da rotina no cargo. “Perdi toda minha liberdade. Não posso ir ao shopping. Mas vale a pena”. No discurso feito em púlpito ao lado de Paulo Guedes, Bolsonaro reiterou elogios ao ministro da Economia e o chamou de “almirante” ao comparar a votação da reforma da Previdência à batalha de Riachuelo da Guerra do Paraguai.