“Parece que agora estão provando do próprio veneno”, fala ex-ministro da Justiça

Eugênio de Aragão lembrou de áudios que Moro divulgou no dia em que Dilma tentou nomear o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ministro da Casa Civil

Imagem: Divulgação José Cruz/Agência Brasil

Em entrevista à Rádio Guaíba, o ex-ministro da Justiça durante o governo de Dilma Rousseff, Eugênio de Aragão, disse hoje que “parece que agora eles estão provando do próprio veneno”. Aragão comentou, no Esfera Pública, as mensagens vazadas entre o ministro da Justiça, Sérgio Moro, e o procurador da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol. O ex-ministro lembrou de áudios que Moro divulgou no dia em que Dilma tentou nomear o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ministro da Casa Civil.

Advogado da campanha eleitoral de Lula à presidência da República nas eleições de 2018, Aragão falou ainda que, se as mensagens entre Moro e o procurador Dallagnol foram realizadas em um telefone de serviço, não se pode falar em privacidade.

Portanto, segundo Aragão, é preciso afastar o argumento de que Moro e o procurador estão utilizando sobre serem vítimas de uma ação criminosa. “Juiz e promotor falam por telefone de serviço, nesse caso, não existe privacidade dentro desses telefones, eles são utilizados para fins de trabalho. Caso usados para finalidade particular, estão sendo usados de forma ilícita”, completou Aragão.

Para o ex-ministro, as conversam revelaram também que o procurador reconhece que não tinha provas para condenar o ex-presidente Lula e, sequer, para denunciá-lo. “(A denúncia sobre) O triplex do Guarujá é extremamente frágil, foi baseada em suposições, não tinha prova nenhuma”, reiterou. Aragão acrescentou que o vazamento das mensagens divulgadas pelo jornal The Intercept Brasil põe em dúvida a eleição de 2018. “O atual presidente só ganhou as eleições porque Lula não pôde se movimentar”, avaliou.

Ouça a entrevista na íntegra: