O diretor do Museu Nacional, Alexander Kellner, disse hoje, no Rio de Janeiro, que o Ministério da Educação (MEC) concordou com a liberação da primeira parcela dos R$ 908 mil necessários para o projeto executivo de restauração da fachada e dos telhados permanentes do edifício que pegou fogo em setembro do ano passado. Segundo ele, o valor da primeira parcela a ser repassada deve ficar em torno de R$ 70 mil.
“Tivemos ontem uma reunião muito proveitosa com o MEC, que foi extremamente sensível diante de todas as dificuldades e nos deu essa grata notícia”, disse Kellner, durante evento na Quinta da Boa Vista, onde são celebrados neste fim de semana os 201 anos do Museu Nacional.
Com apoio do Serviço Social do Comércio (Sesc), uma estrutura foi montada em frente ao edifício incendiado. Pesquisadores distribuídos em diversos estandes irão apresentar até amanhã estudos e peças do acervo que não foram atingidas.
De acordo com o diretor, um projeto executivo irá indicar o valor total das obras da fachada. “Ele será feito em etapas. Quando a empresa contratada entregar uma parte, nós já poderemos começar os trabalhos aplicando os recursos da emenda parlamentar impositiva destinada ao Museu Nacional. Precisamos do primeiro repasse dessa emenda que gira em torno de R$ 12 milhões. Queremos o quanto antes porque já temos projetos”, acrescentou.
A emenda parlamentar impositiva para as obras de reconstrução, somando R$ 55 milhões, foi assegurada pela bancada de deputados federais do Rio de Janeiro. Esse foi o montante estimado pela diretoria do Museu Nacional para iniciar a primeira fase, que inclui a parte mais histórica, incluindo a fachada, a sala do trono e outros ambientes.
No entanto, houve contingenciamento (bloqueio) de todas as emendas impositivas. No caso do Museu Nacional, os recursos foram reduzidos para R$ 43,1 milhões.
“Minha preocupação maior é que libere o primeiro repasse de R$ 12 milhões para que possamos começar a trabalhar. Depois, discutimos o restante. Nesse momento precisamos é que nos ajudem a começar”, disse.
Na semana passada, o MEC divulgou nota informando que aguardava o plano de trabalho para o início das obras a ser apresentado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), responsável pelo Museu Nacional. “O valor disponibilizado só será liberado após a conclusão e aprovação do plano”, informou o MEC.
Ajuda internacional
Também durante a celebração dos 201 anos do Museu Nacional, o cônsul-geral da Alemanha no Rio de Janeiro, Klaus Zillikens, anunciou o aporte de 145 mil euros. Esses recursos serão empregados para recuperação da parte elétrica do edifício.
“Temos sérios problemas do dia a dia. Às vezes, não consigo trocar uma lâmpada porque a verba que era destinada a isso vinha da bilheteria que não existe mais. Para suprir parte dessas demandas estamos pedindo doações por meio da campanha SOS Museu Nacional. E também doações aos governos. A Alemanha tem sido uma grande parceira”, explicou o diretor do museu.