Inflação cai em maio e tem menor resultado para o mês desde 2006, diz IBGE

Índice fechou o período em 0,13%, segundo dados divulgados nesta sexta-feira

Foto: André Avila / Divulgação / CP Memória

A inflação no Brasil – medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) – fechou maio em 0,13%, o menor resultado em 2019 e para este mês de referência desde 2006, de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgados nesta sexta-feira. O indicador acumula alta de 2,22% no ano e de 4,66% nos últimos 12 meses.

Quatro dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados mostraram deflação, contribuindo para a queda da inflação no País, com destaque para a queda de 0,56% no preço dos alimentos e bebidas.

Neste setor, os produtos com grande peso na cesta básica caíram devido ao aumento da oferta com a segunda safra do feijão, a colheita das frutas e do tomate, que, depois de apresentar alta de 28,64% em abril, caiu 15,08% em maio. Já o feijão-carioca acentuou a queda em relação ao mês anterior, passando de -9,09% para -13,04%. Por outro lado, o leite longa vida (2,37%) e a cenoura (15,74%) subiram.

Na sequência das quedas, artigos de residência registram deflação de 0,09%, influenciados principalmente pelas reduções dos preços dos aparelhos de televisão (-2,46%), microcomputadores (-1,02%), móveis infantis (-0,99%) e colchões (-0,79%). Os produtos e serviços relacionados à educação tiveram seus valores reduzidos 0,08%, sobretudo pela queda dos livros (-0,61%), fotocópias (-0,76%) e cadernos (-0,39%). O enxugamento de 1,22 no valor dos aparelhos telefônicos foi o principal responsável pela deflação de 0,07% no setor de comunicação.

Alta nos preços

Já a maior alta se deu com no grupo Habitação (0,98%), influenciado principalmente pela alta de 2,18% no item energia elétrica. De dezembro de 2018 a abril de 2019, havia vigorado a bandeira tarifária verde, em que não há cobrança adicional na conta de luz. Em maio, passou a vigorar a bandeira amarela, com custo adicional de R$ 0,01 para cada quilowatt-hora consumido.

Além disso, vários reajustes de tarifas foram incorporados. O gás de botijão, também do grupo Habitação, teve alta de 1,35%, devido ao reajuste médio de 3,43%, autorizado pela Petrobras, nas refinarias, a partir de 5 de maio.

A segunda maior variação ficou com o grupo saúde e cuidados pessoais (0,59%), no qual os preços do grupo desaceleraram em relação a abril (1,51%), principalmente devido aos remédios, que passaram de 2,25% em abril para 0,82% em maio, e dos perfumes, que passaram da alta de 6,56% em abril para queda de 1,61%.

No setor dos transportes (0,07%), destaca-se a alta da gasolina (2,60%), que apresentou o maior impacto individual no IPCA de maio. Em todas as regiões pesquisadas, houve alta no preço desse combustível, desde o 0,50% registrado na região metropolitana de Porto Alegre até os 7,17% no município de Goiânia. Por outro lado, as passagens aéreas, que haviam subido em abril, apresentaram queda de 21,82% em maio.

Para o cálculo do índice do mês foram comparados os preços coletados entre 1º de maio e 29 de maio de 2019 (referência) com os preços vigentes entre 30 de março e 30 de abril de 2019 (base). As outras altas apontadas pelo IBGE se deram em vestuários (0,18%) e despesas pessoais (0,17%).