Justiça considera Adélio Bispo inimputável por transtorno mental

Homem que agrediu Bolsonaro com facada vai continuar preso em Campo Grande

Foto: Assessoria de Comunicação Organizacional do 2° BPM

A Justiça Federal em Juiz de Fora (MG) decidiu hoje considerar inimputável Adélio Bispo, autor do ataque a faca contra o presidente, Jair Bolsonaro durante a campanha eleitoral do ano passado. A decisão decorre de uma ação, protocolada pela defesa do acusado, para comprovar que ele é portador de insanidade mental. Cabe recurso da decisão.

Adélio golpeou Bolsonaro com uma facada quando o então candidato enquanto fazia campanha na cidade mineira, em 6 de setembro do ano passado. Desde o atentado, Adélio está detido no presídio federal de Campo Grande (MS).

Na mesma decisão, o juiz do caso determinou que o acusado continue detido e que a ação penal aberta a partir da denúncia feita pelo Ministério Público Federal (MPF) volte a tramitar. Ao fim da tramitação desse processo, em caso de condenação, Adélio pode ser transferido para um hospital psiquiátrico, mas não deve ser solto.

Após a realização de laudos periciais oficiais, o magistrado responsável pela 3ª Vara Federal no município concluiu que Adélio é inimputável, ou seja, de acordo com as leis penais, não pode ser responsabilizado criminalmente. De acordo com a perícia, o acusado é portador de Transtorno Delirante Persistente.

“Todos os profissionais médicos psiquiatras que atuaram no feito, tanto os peritos oficiais como os assistentes técnicos das partes, foram uníssonos em concluir ser o réu portador de Transtorno Delirante Persistente. Quanto à avaliação sobre a capacidade de entendimento do caráter ilícito do fato e a capacidade de determinação do acusado, suas conclusões oscilaram entre a inimputabilidade e a semi-imputabilidade”, cita nota divulgada pela Justiça Federal.

Conforme denúncia feita pelo MPF e aceita pela Justiça, o acusado colocou em risco o regime democrático ao tentar interferir no resultado das eleições por meio do assassinato de um dos concorrentes na disputa presidencial.

De acordo com o procurador autor da denúncia, Adélio Bispo planejou o ataque com antecedência de modo a excluir Bolsonaro da disputa.

A defesa de Adélio garante que ele agiu sozinho.