O governo gaúcho suspendeu o edital para concessão do Parque Zoológico de Sapucaia do Sul, cujo prazo de apresentação de propostas vencia nesta terça-feira. A intenção, conforme a Secretaria de Governança e Gestão Estratégica, é avaliar item por item do edital e fazer alterações visando angariar mais interessados junto à iniciativa privada, atraindo mais investimento para o local. Para isso, serão repensados e reavaliados valores, tipos de obras e de serviços. Entretanto, a modelagem inicial de concessão, lançada ainda na gestão passada, fica mantida. Não há data prevista para publicação do novo edital.
O titular da Pasta, Cláudio Gastal, explica que o “recuo” é necessário para atrair investidores ao negócio. Ele negou que a decisão de cancelar o certame tenha relação com alguma falha no trabalho do consórcio (KPMG) que elaborou o edital.
“Nós sentimos a necessidade de recuar no processo, visando rever alguns parâmetros e critérios de seleção com a finalidade de tornar o certame mais competitivo. Estamos falando de uma parceria que vai durar 30 anos. É necessário prever segurança jurídica e de investimento. Ou seja, garantia para o investidor para que tenha taxa de retorno. O zoológico dispõe de uma área enorme e é preciso pensar novas e melhores formas de exploração do espaço, deixando-o mais atrativa para o investidor, para o parceiro público privado”, disse.
Gastal garante que o Conselho Gestor deve se reunir dentro das duas próximas semanas, mas informou que o edital não deve ser relançado em menos de 30 dias. A intenção da concessão é realizar uma completa modernização do parque, contemplando desde a reconstrução dos ambientes até garantias de bem-estar de todo o plantel, que deve ser ampliado.
O edital cancelado previa um contrato de R$ 59,3 milhões, valor correspondente ao somatório de investimentos por 30 anos, tempo mínimo de concessão. Além disso, não permitia a construção de shoppings, edifícios residenciais ou hotéis e, mesmo com possibilidade de renovação de contrato, o limite máximo era de 50 anos de exploração do complexo.
No antigo edital (publicado em abril do ano passado), era permitida a comercialização de espaços publicitários, estacionamento para veículos, eventos culturais, esportivos ou comerciais, cobrança pelo uso de imagem ou de marcas de identificação, atividades de marketing e publicidade, alimentação, incluindo restaurantes, lanchonetes, bares, cafés e máquinas de atendimento, aluguel de bicicletas, equipamentos esportivos e de lazer, e atividades recreativas, atrações envolvendo interação com os animais, palestras, cursos, oficinas e seminários.
Atualmente o Parque Zoológico conta com 1.213 animais expostos em uma área de 25 hectares de um total de 150. O local conta com cerca de 60 funcionários.