O governador Eduardo Leite anunciou, hoje, em reunião com mais de 20 deputados estaduais, ter recomendado um corte pela metade no reajuste dos salários que vinham ser pagos ao presidente e a cinco diretores do Banrisul. O objetivo é convencer os parlamentares a votar os nomes indicados pela gestão atual, ainda que com valores menores que os previstos inicialmente.
Há três semanas, a Assembleia resiste em votar a matéria. Parte dos deputados considera as quantias exorbitantes para a situação financeira do Tesouro Estadual, ainda que o banco seja superavitário. Em três ocasiões, a base ajudou a retirar o quorum, o que retarda as sabatinas, na Assembleia, e as posses da cúpula que Leite indicou.
Hoje, o governador deixou claro que a definição da remuneração dos diretores não passa pelo gabinete dele. De acordo com Leite, os valores iniciais, anexados ao projeto das indicações, foram definidos com base em um estudo feito por “conceituada consultoria, tendo como parâmetro os valores de sete instituições financeiras”. Essa sondagem apontou que o vencimento do diretor-presidente do banco pode chegar a um teto de R$ 128 mil. Até então, o salário que vinha sendo pago era de cerca de R$ 51 mil.
Leite explicou ter determinado aos integrantes indicados pelo governo – que perfazem maioria – dentro do Conselho do banco, que apoiem apenas um incremento de 50% sobre o valor atual. Com isso, o salário do presidente fica em R$ 89,5 mil. Para os cinco diretores, o projeto original previa R$ 90 mil de salário, contra os atuais R$ 40 mil. Com a determinação, projeta-se que os vencimentos fiquem em cerca de R$ 65 mil.
“É importante que os salários ofereçam competitividade e possam atrair novos talentos. Essa decisão vale para quaisquer que sejam os nomes indicados”, acrescentou o governador.
Em fevereiro, Eduardo Leite anunciou o economista carioca Cláudio Coutinho Mendes para exercer o cargo de presidente do Banrisul, além de Osvaldo Lobo Pires, Raquel Santos Carneiro, Marcus Vinícius Feijó Staffen, Claise Müller Rauber e Fernando Postal para os cargos de diretores. Os nomes já foram aprovados pela Comissão de Finanças, Planejamento, Fiscalização e Controle da Assembleia, mas ainda dependem do crivo do plenário.
Nas últimas semanas, parte da bancada do MDB e dissidentes até no PSDB, partido de Leite, como o deputado Pedro Pereira, inviabilizaram a votação das indicações, que volta à pauta da Assembleia nesta terça-feira.
