O cantor e compositor Lobão reativou seu canal no YouTube, onde apresenta músicas e reflexões sobre a sociedade e segue causando polêmica. João Luiz Woerdenbag Filho, seu nome de batismo, se tornou um dos principais nomes da direita brasileira nos últimos anos. Atuante politicamente desde a década de 1980, quando se identificava com a esquerda, o músico de 61 anos passou a criticar a tendência durante os governos de Lula e Dilma Rousseff. A queda do petismo e a ascensão de Bolsonaro, no entanto, não animam o artista.
Em entrevista ao programa Direto ao Ponto desta quarta-feira, Lobão pregou que a direita tenha uma “atitude mais civilizada, mais moderna, mais elegante”, em referência ao liberalismo. Para o carioca, o governo Bolsonaro tem uma postura “destrutiva”. Lobão ainda classificou a atual administração como uma “facção que acabou se apoderando do metabolismo do poder”.
Lobão lembrou da difícil relação dos apoiadores do presidente com o Congresso, militares e imprensa. “Todo mundo foi pro saco”, afirmou tachando o bolsonarismo de autoritário e denunciando os impactos da desorganização do governo na economia.
Lobão criticou as manifestações pró-governo marcadas para o próximo domingo, dia 26. O cantor comparou o apoio a Bolsonaro ao dado ao ex-presidente Lula e ao venezuelano Hugo Chávez. “Isso não é um bom negócio, você está substituindo uma seita por outra”, analisou em conversa com os jornalistas Nando Gross e Ananda Müller.
Reconhecendo o trabalho de quem chamou de “bons ministros”, Lobão citou Paulo Guedes (da Economia), Ricardo Salles (do Meio Ambiente), Marcos Pontes (Ciência e Tecnologia) e Damares Alves (Mulher, Família e Direitos Humanos).