PF faz operação contra empresa de investimentos ilegais em criptomoeda com sede no RS

Instituição estaria captando recursos de terceiros sem a autorização dos órgãos competentes

Foto: Polícia Federal./Divulgação./

A Polícia Federal (PF) deflagrou, na manhã desta terça-feira, a operação Egypto para combater uma instituição financeira ilegal que atua fazendo investimentos em criptomoeda. Estão sendo cumpridos dez mandados de prisão preventiva e 25 de busca e apreensão nas cidades gaúchas de Porto Alegre, Novo Hamburgo, Esteio, Estância Velha e Campo Bom.

As ordens judiciais também são cumpridas nos municípios catarinenses de Laguna e Florianópolis e na cidade de São Paulo. Foram expedidas ordens judiciais de bloqueio de ativos financeiros em nome de pessoas físicas e jurídicas, de dezenas de imóveis e a apreensão de veículos de luxo.

O inquérito policial foi instaurado em janeiro deste ano e visou apurar a atuação de uma empresa, com sede em Novo Hamburgo, que estaria captando recursos de terceiros sem a autorização dos órgãos competentes para investimento no mercado de criptomoedas. A empresa assumia o compromisso de retorno de, ao menos, 15% no primeiro mês de aplicação.

Conforme levantamentos da Receita Federal, uma das contas da empresa teria recebido créditos de mais de R$ 700 milhões entre agosto de 2018 e fevereiro de 2019. Os sócios da instituição financeira clandestina apresentaram evolução patrimonial de grande vulto. Em alguns casos, o patrimônio passou de menos de R$ 100 mil para dezenas de milhões de reais em cerca de um ano, de acordo com a PF.

Além dos crimes de operação de instituição financeira sem autorização legal, gestão fraudulenta, apropriação indébita financeira, lavagem de dinheiro e organização criminosa, o inquérito apura o envolvimento de pessoas que teriam tentado obter informações sigilosas da investigação e que foram identificadas.

No Rio Grande do Sul participam da operação cerca de 130 policiais federais, 20 servidores da Receita Federal e seis policiais civis. A operação foi denominada Egypto pela similaridade dessa palavra com o termo “cripto” e pelo fato de que o negócio da empresa foi classificado por terceiros como de “pirâmide financeira”.