Guedes prevê “enxurrada de notícias boas” se Congresso aprovar reforma

Ministro da Economia participou de evento, no Rio, junto do presidente da Câmara, Rodrigo Maia

Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

O ministro da Economia, Paulo Guedes, previu hoje uma “enxurrada de notícias boas” para o setor, a partir do segundo semestre, caso o Congresso aprove a reforma da Previdência. Guedes também classificou de “barulheira” as notícias sobre o resultado abaixo do esperado do Produto Interno Bruto (PIB) em 2019, garantindo que as expectativas vão se reverter rapidamente, após a aprovação da reforma.

O ministro participou hoje, no Rio de Janeiro, do 91º Encontro Nacional da Indústria da Construção (Enic) e, entre outros acenos, disse que o governo pretende fazer um “choque” de energia barata, dentro de 30 a 60 dias, para ajudar a economia.

“O choque da energia barata, se cortar o gás pela metade do preço, permite a reindustrialização do Brasil. Hoje o gás é queimado, quando se retira o petróleo. Só a Vale está dizendo que vai investir US$ 20 bilhões nos próximos 10 anos, para fazer os gasodutos. Há muita coisa positiva vindo por aí. Nós estamos tentando manter o foco. A bola está na marca do pênalti. Chutou a bola para dentro, vai começar uma enxurrada de notícias boas, que nós estamos preparando para o segundo semestre”, disse o ministro, aplaudido pelo público do encontro, formado, sobretudo, de representantes da indústria da construção.

Guedes, que subiu ao palco do evento com o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), elogiou a participação do Congresso na condução da reforma da Previdência, considerada por ele como “a mãe das reformas”: “Nós estamos muito confiantes na liderança dele [Rodrigo Maia] na Câmara dos Deputados, no apoio político que estamos recebendo lá”.

No início da noite, o jornal O Estado de S.Paulo publicou que uma reunião, nessa quinta, na casa de Maia, culminou com a decisão de apresentar um projeto novo de reforma da Previdência, diferente do enviado pelo governo, e que tramita em uma Comissão Especial. O presidente do colegiado, Marcelo Ramos (PR-AM) disse que a decisão é basicamente política e leva em consideração a relação completamente desgastada entre o Legislativo e o Executivo. “Este é um governo que desconsidera completamente o Parlamento”, afirmou.

Ao lado de Maia, Guedes também afirmou,  que a reforma vai ser aprovada nos próximos meses e que, no segundo semestre já vai ser possível perceber um “outro país”. Para o ministro, os resultados de crescimento do PIB abaixo do esperado na economia não são preocupantes, indicando apenas que houve um excesso de otimismo do mercado.

“O Brasil vai retomar o crescimento. Esta revisão [do crescimento do PIB] que está sendo feita para baixo agora não está me preocupando. Mercado financeiro é meio excitado mesmo. Isso é coisa menor. É som de batalha. É tiro para cá, tiro para lá, mas o que interessa é a marcha principal do evento. Os Poderes estão alinhados, o Congresso e o Executivo falando a mesma língua, do ponto de vista econômico. Aqui é uma barulheira na superfície, mas no mais profundo é um processo saudável, construtivo. É a dinâmica de uma sociedade aberta. Estou super confiante no Brasil”, finalizou o ministro.