ANM interdita complexo onde talude corre risco de rompimento em MG

Agência notificou a mineradora e determinou que tome medidas de emergência

A Agência Nacional de Mineração (ANM) interditou hoje as atividades do complexo minerário Gongo Soco, no município de Barão de Cocais (MG). A medida decorre da possibilidade de rompimento do talude da Barragem Sul Superior da Vale. A estrutura é do mesmo tipo da que se rompeu em Brumadinho, em 25 de janeiro.

De acordo com a ANM, a partir de agora, até o talude da cava da mina romper, só poderão ser realizadas operações seguras para recuperar a estabilidade da estrutura. “O talude da cava vai se romper com a gravidade, isso é um fato. O que estamos fazendo agora é minimizando os riscos, evitando que pessoas transitem dentro da cava ou que sejam atingidas”, disse o diretor da Agência, Eduardo Leão.

A ANM também notificou a Vale e determinou que a empresa tome uma série de medidas de emergência, entre elas a suspensão imediata do tráfego do trem de passageiros em um trecho de viaduto localizado à jusante da cava, monitoramento em vídeo das barragens, em tempo real, e apresentação de estudo de comportamento da possível onda gerada pelo rompimento do talude norte.

A cava e todas as obras foram paralisadas ainda em 2016. Segundo a ANM, o risco de rompimento é do talude da cava e não da barragem, que fica a 1,5 km de distância. A Agência disse que a preocupação é de que a vibração gerada pelo rompimento do talude influencie na segurança da Barragem Sul Superior.

Caso haja rompimento da barragem, a ANM projeta que a onda de inundação possa chegar em Barão de Cocais em cerca uma hora. Na zona de auto salvamento – área onde não é possível realizar resgate imediato pela Defesa Civil –, a evacuação ocorreu ainda em fevereiro.