Sindimetrô/RS não descarta paralisação após Governo Federal incluir Trensurb em lista de privatizações

Assembleia da categoria será realizada no próximo dia 16 de maio

Foto: Guilherme Kepler / Rádio Guaíba

O presidente do Sindicato dos Metroviários do Rio Grande do Sul (Sindimetrô/RS), Luiz Henrique Chagas, não descarta uma paralisação dos serviços da Trensurb após o anúncio do governo federal de incluir a empresa na lista de empreendimentos a serem concedidos à iniciativa privada. A direção da entidade agendou para a próxima semana uma assembleia geral para deliberar as formas de mobilização da categoria. O encontro acontecerá no dia 16 de maio, às 12h, na sede do sindicato.

“Nós faremos assembleia na semana que vem quando serão pautadas as formas de mobilização e não está descartada a paralisação”, declara o presidente do Sindimetrô/RS.

Chagas ressalta ainda que há anos o sindicato vem denunciando o sucateamento da empresa, as terceirizações de setores importantes e o aumento da tarifa. Segundo ele, o governo não tem nenhuma preocupação com a população e diz que a privatização é um jogo de cartas marcadas. “A gente vem denunciando há anos o processo de privatização que é sempre o mesmo, começando pelo sucateamento da empresa e terceirização de setores importantes. Então, a gente já vem denunciando também o aumento da tarifa. A gente já sabe que esse é um jogo de cartas marcadas e isso mostra o caráter do governo que não tem nenhuma preocupação com a população”, afirma.

A Trensurb é responsável pelo trem de superfície entre Porto Alegre e Novo Hamburgo, no Rio Grande do Sul. Com 22 estações, a linha totaliza 43,4 km de extensão. Em 2018, a estatal transportou 51,7 milhões de usuários, o que equivale a uma média de 4,3 milhões/mês. Em cerca de um ano, o governo federal elevou duas vezes a tarifa do trem, rompendo uma sequência de dez anos de transporte subsidiado. Em 12 de março, os bilhetes passaram a custar R$ 4,20. Em fevereiro de 2018, a tarifa, de R$ 1,70, já havia praticamente dobrado, para R$ 3,30, sob a alegação de que era preciso buscar o reequilíbrio financeiro.

A expectativa do governo federal é de que as privatizações resultem, nos próximos 10 anos, em investimentos de até R$ 1,57 trilhão. Entre os projetos do Programa de Parcerias e Investimentos (PPI), o governo federal incluiu a privatização de duas estatais ligadas à área de transporte público: além da Trensurb, a Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU), que atua em Belo Horizonte, Recife, Maceió, João Pessoa e Natal. No caso da CBTU, a empresa vai ter as atividades separadas por cidade para que seja possível privatizar cada trecho.