STM julga nesta quarta liberdade de militares acusados de morte de músico no Rio

Ministério Público Militar (MPM) é a favor do fim da prisão preventiva

Foto: Reprodução/Facebook

O plenário do Superior Tribunal Militar (STM) deve julgar, nesta quarta-feira, o pedido de liberdade de nove militares presos pelo assassinato do músico Evaldo Rosa dos Santos, de 46 anos, em 7 de abril. O sambista teve o veículo que dirigia alvejado com 83 tiros no Rio de Janeiro. O Ministério Público Militar (MPM) é a favor do fim da prisão preventiva. Agentes do Exército metralharam o carro em uma rua de Guadalupe, na zona norte do Rio, depois de terem supostamente confundido o veículo com outro, usado por traficantes.

O ministro Lúcio Mário de Barros Góes, do STM, negou em 12 de abril o pedido de liberdade, ao apontar que não há “aparência de ilegalidade” na decisão que determinou a prisão dos militares. Agora o caso vai ser analisado pelos 15 ministros do tribunal em sessão a partir das 13h30min, conforme publicou hoje o jornal O Estado de S.Paulo.

No dia 18 de abril, o catador de papel Luciano Macedo, de 27 anos, morreu no Hospital Carlos Chagas, na zona norte do Rio. Macedo também levou três tiros nas costas na mesma ação que atingiu Evaldo Rosa.

Na manifestação do MPM, o subprocurador-geral da Justiça Militar Carlos Frederico de Oliveira Pereira apontou que as regras de conduta dos militares envolvidos na morte de Evaldo não foram violadas deliberadamente contra a população civil – e sim durante uma operação, sem ser algo premeditado.

“As pessoas estão muito assustadas, porque foi um caso gravíssimo, mas prisão preventiva é outra história. Se eles (os militares presos) soubessem que aquele carro era de pessoas que não eram bandidas, eles não fariam isso. Os caras não saíram de casa para matar os outros”, disse o subprocurador ao Estadão, na última terça-feira. “Eles são pessoas normais. É uma galera normal, como qualquer pelotão que você vê aí em qualquer quartel”, acrescentou.

“Incidente”
O presidente Jair Bolsonaro já chamou de “incidente” o episódio. Para Bolsonaro, o Exército “não matou ninguém” e a instituição não pode ser acusada de ser “assassina”.