Um estudante do curso de Direito da UFSM passou de vítima a suspeito em um caso envolvendo racismo dentro da universidade. O Ministério Público Federal (MPF) de Santa Maria informou que o próprio acadêmico escreveu e enviou mensagens com ameaças e conteúdo racista para si mesmo e para uma colega, ainda em 2017. Ele havia apontado outro companheiro de turma como sendo o autor dos textos, mas a polícia descobriu que o próprio estudante havia comprado um chip e enviado os torpedos do celular pessoal.
Agora, o caso vai ser encaminhado à Justiça Federal. O estudante pode vir a responder pelos crimes de injúria racial, denunciação caluniosa, ameaça e falsidade ideológica. Antes das supostas ameaças, o suspeito e a colega que também recebeu as mensagens tiveram os nomes pichados, junto a ofensas racistas, em paredes do diretório acadêmico do curso de Direito. Até o momento, o caso das pichações não se esclareceu.
A confirmação da suspeita da polícia e do MPF se basearam em dados da empresa de telefonia. O relatório apontou que as mensagens vieram do mesmo aparelho e foram transmitidas por uma torre distante da que era usada para alimentar a linha do colega apontado como suposto autor das ameaças pelo estudante. Assim, conforme o MPF, “restou provado que o denunciado imputou crime de injúria racial e ameaça contra pessoa da qual sabia ser inocente.”