Sobe para quatro o número de mortos em protestos na Venezuela

ONG Fórum Penal relatou pelo menos 205 detenções

Foto: Reprodução/Twitter/Juan Guaidó

Subiu para quatro o número de mortes em protestos contra o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro. Segundo familiares e líderes da oposição, Yosner Graterol, de 16 anos, ferido na terça-feira em La Victoria, no Norte do país, e Yoifre Hernández, de 14, atingido na quarta, em Caracas, morreram nesta quinta-feira.

Na terça, manifestações se espalharam pelo país vizinho em apoio à rebelião contra Maduro, protagonizada por um grupo reduzido de militares, liderado pelo opositor Juan Guaidó. Sem apoio das Forças Armadas, a rebelião em frente à base militar de La Carlota, em Caracas, fracassou. A ONG Fórum Penal relatou pelo menos 205 detenções, desde o início do confronto entre as partes.

Hoje o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro pediu às Forças Armadas que lutem contra “qualquer golpista”. “Sim, estamos em combate para desarmar qualquer traidor, qualquer golpista”, disse Maduro em ato com milhares de soldados, transmitido pela televisão, em que o alto-comando militar reiterou lealdade ao presidente.

Repetindo o slogan “sempre leal, traidores nunca”, o presidente assinalou que não deve haver medo frente à obrigação de desarmar as conspirações da oposição e os Estados Unidos. “Ninguém pode ter medo, é hora de defender o direito à paz”, disse ele na cerimônia da qual – segundo o governo – 4,5 mil soldados participaram. O chamado de Maduro vem após o levante, na terça, de um grupo pequeno de soldados sob a liderança de Juan Guaidó.

Crise

A Venezuela vive uma tensão política sem precedentes desde janeiro, quando Maduro tomou posse em um segundo mandato que não é reconhecido pela oposição e por parte da comunidade internacional. Guaidó se autoproclamou presidente de um governo interino, que conta com o apoio de mais de 50 países.

Paralelamente, o país sul-americano vive a pior crise econômica da história, o que gera protestos diários para denunciar a escassez severa de alimentos e remédios e a prestação de serviços públicos, considerada péssima.