Presidente nacional do PDT pede união das esquerdas para eleger Juliana Brizola prefeita da Capital

Carlos Lupi criticou política “anti-povo” de Bolsonaro e disse que partido vai sondar Romildo Bolzan Jr. a cargo público em 2022

Foto: Lucas Rivas

Embora reconheça a incapacidade de articulação de parte dos partidos de esquerda, o presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, reafirmou, nesta quinta-feira, que a legenda vai lançar o nome da deputada estadual Juliana Brizola (PDT) para disputar as eleições à Prefeitura de Porto Alegre, em 2020. Considerando a retomada de Porto Alegre estratégica, Lupi espera que haja consenso e amadurecimento entre as siglas para apoiar Juliana e evitar mais uma derrota no campo progressista.

“Ser prefeito de Porto Alegre é mais importante do que ser governador de muitos estados brasileiros pela ressonância, importância, história e enraizamento dessa cidade com a visão republicana da Pátria. O PDT já teve prefeitos importantes em Porto Alegre e construiu uma história com a Capital”, salientou Carlos Lupi, em entrevista para o programa Esfera Pública.

Em março, durante convenção nacional do PDT, em Brasília, Lupi já havia lançado o nome de Juliana como pré-candidata a prefeita. Hoje, o presidente trabalhista considerou que, além de herdar o DNA do avô, o ex-governador Leonel Brizola, a deputada se tornou o principal nome para disputar o Paço Municipal em função do trabalho realizado.

“Não é somente porque ela é a Juliana Brizola. Mas é principalmente porque ela vem se destacando. Hoje, ela é líder da bancada na Assembleia. Ela foi uma das poucas parlamentares que aumentou em 50% o número de votos. A Juliana tem crescido, tem mostrado consistência e preparo. Ela está estudando a cidade”, explica Lupi.

Política nacional

Ainda sobre as eleições municipais, o presidente nacional do PDT confirmou que a sigla vai lançar candidatos em todas as capitais possíveis. A estratégia é fortalecer o trabalhismo, ainda, com o reforço de desempenho de candidatos a vereador, já que as coligações proporcionais estarão proibidas, pela primeira vez, nas disputas do ano que vem.

Sobre o cenário político brasileiro, Carlos Lupi teceu duras críticas à gestão de Jair Bolsonaro. “A eleição do Bolsonaro foi um acidente de percurso. O governo Bolsonaro é ‘anti-povo’ e ‘anti-pobre’”, classificou. Lupi também é taxativo ao considerar que a vitória de Bolsonaro passou pela onda conservadora que envolveu o eleitorado brasileiro. Além disso, criticou a falta de união da esquerda em prol de uma agenda progressista.

“O PT nunca abre mão para ninguém. O PT pegou um belíssimo ser humano, o Haddad, que perdeu uma eleição em São Paulo, mas colocou ele para impedir a possibilidade de o Ciro Gomes ser presidente da República. Esse processo de pequenez e individualismo nos atrapalhou e nós somos culpados disso, pois não tivemos capacidade e inteligência para nos unirmos”, avaliou.

Grêmio

Questionado sobre a possibilidade de que o presidente do Grêmio e ex-presidente estadual do PDT, Romildo Bolzan Jr., volte a disputar eleições pelo partido, Lupi não poupou elogios ao mandatário tricolor. “Cada luta tem o seu tempo. O Romildo é um companheiro que tem uma história muito profunda. É um dos melhores quadros e mais preparados do Brasil. Ele tem sido um baita dirigente e olha que o futebol é pior que partido político. Ele consegue ser respeitado até pelo torcedor colorado”, pontuou.

Cotado a ser reeleito pela terceira vez presidente do Grêmio, nas eleições do clube no fim de dezembro, Bolzan Jr. chegou a ter o nome lembrado para a disputa a uma cadeira ao Senado nas últimas eleições. Além de presidir o PDT no Rio Grande do Sul, o presidente tricolor também governou Osório por três oportunidades.

“Eu acho que ele fica (no Grêmio) até próximo das eleições de 2022. O PDT vai estar com toda porta aberta para ele. Mas, não só… O banheiro, a sala, o quarto e toda área de lazer, entapetada. Nós estamos trabalhando para isso”, completou Lupi.