Sindipetro afirma que vai brigar para impedir possível venda da Refap em Canoas

O conselho de administração da Petrobras aprovou nesta sexta-feira novas diretrizes de gestão do portfólio de ativos

Após o governo anunciar que pretende vender a unidade da Refap em Canoas, na Região Metropolitana, e de mais sete refinarias pelo país, o Sindicato dos Petroleiros do RS afirmou que vai “brigar para impedir o processo de privatização” dessas empresas.

Conforme Fernando Maia da Costa, presidente do Sindipetro-RS, já há assembleia marcada para a próxima terça, dia 30, para discutir o tema. “Estamos prevendo fazer uma paralisação. Já tínhamos motivos, por conta do acordo coletivo, mas agora temos mais um argumento pra gente fazer uma parada em defesa da Petrobrás e principalmente em defesa do povo brasileiro”, afirmou.

O presidente disse que a data de uma eventual paralisação será decidida nessa assembleia, uma vez que o Sindipetro-RS está trabalhando em conjunto com demais sindicatos e centrais de trabalhadores do país para realizar ações conjuntas, nos mesmos dias. A deliberação dos trabalhadores será realizado em horário ainda indefinido, em frente à Refap.

Questionado sobre os prejuízos que a categoria vê na hipótese de venda da Refap, alegou que “inicialmente, o impacto se dará na estrutura dos empregos.” Fernando prosseguiu relatando que não será uma consequência imediata, mas que “com um dono assumindo, haverá mudanças nos empregos e na contratação de serviços na região.” Também usou o exemplo do polo petroquímico, alegando que “lá houve redução de 50% a 60% do número de empregos após a privatização, e é o que deve ocorrer aqui.”

Além disso, asseverou que, eventualmente, uma empresa privada pode não entender a Refap como uma refinaria, e se torne apenas um depósito de derivados. Ponderou que um suposto empreendedor privado pode deliberar que não seja interessante manter a unidade aqui, e que pode trazer os produtos de fora. “Mas a nossa briga vai ser para impedir esse processo de privatização, finalizou.”

O que disse o governo

O conselho de administração da Petrobras aprovou nessa sexta-feira novas diretrizes de gestão do portfólio de ativos. Está autorizada a venda de oito refinarias, com capacidade de 1,1 milhão, e participação na BR Distribuidora, “permanecendo a Petrobras como acionista relevante”. A lista não inclui, porém, a maior produtora nacional, a Replan, em Paulínia (SP), e a Reduc, em Duque de Caxias (RJ). Além destes ativos, a empresa vai se desfazer integralmente da Pudsa, rede de postos no Uruguai.