TJ concede habeas e libera dentista acusado de matar gerente de banco em Anta Gorda

Vítima é considerada desaparecida desde novembro. Defesa do réu rebate imputações

Potrich é considerado desaparecido desde novembro. Foto: Arquivo Pessoal / CP

O Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJRS) concedeu habeas corpus, nesta sexta-feira, ao dentista Carlos Patussi, de 52 anos, suspeito de ter assassinado o gerente do Sicredi de Anta Gorda Jacir Potrich, de 55, considerado desaparecido desde novembro do ano passado, no Vale do Taquari. É a segunda vez que o réu obtém liberdade em uma decisão de segunda instância.

Patussi havia sido preso nessa quinta-feira, depois que o Ministério Público apurou que ele vinha ameaçando e coagindo testemunhas do processo. A primeira prisão ocorreu ainda em janeiro. No mesmo mês, o TJ concordou com o pedido da defesa e libertou o dentista.

Patussi responde pelo crimes de homicídio triplamente qualificado – motivo torpe, por asfixia e com recurso que dificultou a defesa da vítima – e ocultação de cadáver. A defesa dele rebate as acusações.

Caso

Potrich era gerente do Sicredi, há 25 anos, em Anta Gorda. Ele sumiu em novembro do ano passado após entrar na garagem de casa, de automóvel. Dois dias após o desaparecimento, bombeiros esvaziaram um açude, localizado próximo à residência, sem que nada tenha sido localizado. Vítima e acusado eram vizinhos e mantinham uma desavença em razão de uma dívida.

A Polícia chegou ao suspeito após analisar imagens das câmeras de segurança do condomínio e de lojas do comércio de Anta Gorda, e de coletar depoimentos de pessoas da comunidade. Conforme a polícia, apesar de as imagens do condomínio terem sido eliminadas do sistema, a Polícia conseguiu encontrar o material gravado em um computador do dentista.

Conforme a denúncia do MP, no dia do desaparecimento Patussi modificou o ângulo de uma das câmeras de vigilância e desligou outra, no condomínio onde ambos residiam, para evitar o registro do momento do assassinato. Imagens mostraram a vítima sendo seguida pelo dentista, a caminho de um quiosque. Um minuto depois, apenas o denunciado é visto saindo.

*Com informações da repórter Jessica Hübler/Correio do Povo