Existem várias pontas soltas, diz delegado sobre roubo milionário no Salgado Filho

Quadrilha levou cerca de R$ 2 milhões em celulares do depósito da Latam em Fevereiro

Imagem das câmeras de vigilância mostra movimentação de criminosos | Foto: Reprodução

operação Cavalo de Tróia, desencadeada para localizar os envolvidos no roubo milionário de celulares no Aeroporto Internacional Salgado Filho, terminou com a prisão de seis pessoas. Entre os detidos está o motorista do furgão de uma transportadora. Antes vítima, agora suspeito, ele, à época do crime afirmou que foi coagido e que teria ficado sob ameaça dos criminosos. O titular da Delegacia de Repressão ao Roubo e Furto de Cargas (DRFC), delegado Alexandre Luiz Fleck, disse nesta sexta-feira que o caso não foi totalmente resolvido. “Existem várias pontas ainda soltas que serão investigadas”, revelou. “Vamos montar o quebra-cabeça”, completou.

Ao falar do motorista, então vítima do roubo de cerca de R$ 2 milhões em celulares do depósito da companhia aérea Latam, ocorrido em fevereiro, Fleck relatou que foi encontrado com o homem um dos celulares roubados. “Ele tinha para uso pessoal um dos celulares roubados”, observou. “Esse motorista, agora preso, contou que foi então rendido, mas temos indícios veementes que ele mentiu”, frisou o delegado Fleck, que não descartou a suspeita de envolvimento do próprio dono da transportadora.  “Não temos nada ainda que comprove”, ressalvou. “Temos que ver até onde a mentira vai e se a verdade prevalecerá nas versões”, resumiu.

Os 14 mandados de busca e apreensão e os outros seis de prisão temporária foram cumpridos em Porto Alegre, Canoas, Gravataí, Alvorada, Guaíba, Viamão e Campo Bom. Além de aparelhos telefônicos, os policiais civis apreenderam relógios sem procedência, radiocomunicadores e quase R$ 20 mil em dinheiro, além de embalagens dos aparelhos.

Paradeiro dos celulares 

Durante o roubo, em torno de 3 mil celulares, de diversos modelos da marca Samsung, foram levados. Fleck lembrou que o destino dos celulares são os mais variados possíveis, como sites de venda na internet, estabelecimentos comerciais e venda boca a boca sobretudo na área central da cidade.  “Nesses casos, as chances de recuperação da carga ocorrem apenas nas primeiras 48 horas, depois é fracionada e inserida no mercado negro”, explicou. O titular da DRFC afirmou também que a venda de celulares roubados é muito fácil. “Muita gente quer comprar mais barato, pela metade do preço, de última geração, mesmo sem nota fiscal”, lamentou.

O roubo 

ataque à Latam ocorreu na madrugada do dia 26 de fevereiro de 2019, quando seis assaltantes fortemente armados e com toucas ninjas renderam os funcionários no depósito localizado junto ao Porto Alegre Airport-Aeroporto Internacional Salgado Filho. Antes, os criminosos haviam invadido a residência do dono de uma transportadora responsável pelo traslado da mercadoria, obrigando-o a chamar um motorista e um veículo. Com um Fiat Ducato da transportadora, conduzido pelo motorista agora preso, os criminosos ficaram escondidos dentro e ingressaram no depósito da companha aérea sem despertar suspeitas. O carregamento de celulares foi levado sem dificuldades. Mais tarde, o furgão foi encontrado abandonado e incendiado em Alvorada.