O juiz Márcio César Sfredo sentenciou a 26 anos e dez meses de prisão, na noite desta quarta-feira, um homem acusado de matar um padre a tiros e a balear a própria esposa, em maio de 2015, no município de Tapera, no Alto Jacuí. Levado a júri popular, Jairo Paulinho Kolling ainda pode recorrer. A partir de hoje, contudo, ele já passa a noite em regime fechado, no Presídio Estadual de Espumoso. A sessão durou quase 12 horas e terminou perto das 21h.
Desconfiado de uma traição amorosa, Jairo invadiu uma casa paroquial e baleou a esposa, Patricia Kolling, e o padre Eduardo Pegoraro. O religioso levou dois tiros no peito e morreu no local. Patricia sofreu disparos nas costas e sobreviveu.
O réu era julgado pelos crimes de homicídio consumado, duplamente qualificado, e homicídio tentado, triplamente qualificado. O julgamento ocorreu no salão da Câmara Municipal de Vereadores.
De acordo com a denúncia do Ministério Público, o crime teve como motivos ciúmes e vingança. Jairo deduziu que havia algum tipo de relacionamento amoroso ao ler um bilhete enviado pelo padre a Patrícia. De acordo com o MP, a mensagem continha um convite para conversar sobre os horários das aula de violão aos seminaristas, que ela vinha ministrando. Ao fim da mensagem, o padre se despedia com a saudação: “um grande abraço e um beijo”.
Durante a instrução, a Justiça ouviu a vítima, 13 testemunhas e o réu. Em juízo, Jairo afirmou que o que motivou os disparos foram as mensagens e o “ar debochado” frequente do padre. Ele disse, ainda, que agiu sob nervosismo e que não sabe o motivo pelo qual baleou a esposa.