Em um primeiro teste de apoio da base do governo na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, o plenário do colegiado aprovou a inversão da pauta, por 45 votos a 2. Na prática, o resultado coloca a admissibilidade da reforma da Previdência em primeiro lugar na pauta da CCJ.
De acordo com o jornal O Estado de S.Paulo, o resultado é um termômetro importante, uma vez que, no dia da leitura do parecer do relator, deputado Delegado Marcelo Freitas (PSL-MG), o governo vinha obtendo, no máximo, 40 adesões.
Na votação do requerimento desta terça, outros 17 deputados ficaram em obstrução. A estratégia da oposição é tentar não dar quórum e dificultar a obtenção de no mínimo 34 dos 66 deputados para que a votação seja considerada válida.
DEM ameaça deixar sessão
No fim da tarde, deputados do DEM ameaçaram deixar a sessão depois que a líder do governo no Congresso, Joice Hasselmann (PSL-SP), condenou, aos gritos, a tentativa da oposição de obstruir a tramitação da proposta.
“Mais uma fala do governo e o DEM se retira da votação”, avisou o deputado Arthur Oliveira Maia (DEM-BA). Ele ficou irritado porque não é primeira vez que Joice quebra acordo da base para que os deputados não usem tempo de fala a fim de agilizar a sessão.
De acordo com o Estadão, Joice criticou a procrastinação da votação da reforma na CCJ. “Já deu essa discussão. Não podemos mais empurrar com a barriga”, disse. Segundo a deputada, não há sigilo dos dados da Previdência.
Joice defendeu que o debate do impacto da reforma seja feito na comissão especial. “Aqui se discute constitucionalidade. Senhores, está ficando feio. População quer que essa comissão trabalhe”, acrescentou.
A líder do governo acusou a oposição de fazer conversa fiada e de serem “paladinos da calculadora previdenciária”. “A oposição que vote contra, mas que deixe a gente fazer o trabalho”, disse ela, avisando que na próxima semana já há um novo feriado a atrapalhar o calendário da reforma.
“A oposição não está preocupada com o País. Oposição parece jardim de infância. É um show de irresponsabilidade”, completou.