Preço do diesel nas refinarias se aproxima do patamar pré-greve

Com reajuste determinado pela Petrobras na última quinta-feira, litro do combustível que sai das refinarias custa R$ 2,24

Foto: Alina Souza/CP Memória

O preço do diesel vendido nas refinarias da Petrobras está próximo ao que era praticado em maio do ano passado, quando caminhoneiros pararam o país em protesto contra o valor do combustível, entre outras razões. Com o último reajuste, na quinta-feira, o litro do diesel passou de R$ 2,14 para R$ 2,24.

Antes da greve do ano passado, o preço do combustível nas refinarias girava em torno de R$ 2,30. Vale destacar que o diesel já esteve mais caro do que atualmente desde a paralisação.

Em outubro do ano passado, mesmo com um programa de subvenção patrocinado pelos cofres públicos, o litro do combustível vendido pela Petrobras chegou a R$ 2,36.

Quando o presidente Jair Bolsonaro assumiu, o preço do diesel era R$ 1,85 o litro. A alta acumulada em pouco mais de quatro meses de governo é de 21%.

Distribuidoras e postos tentam absorver parte dessa alta, mas é inevitável que os preços mais elevados cheguem às bombas.

Na semana passada, o R7 mostrou que o litro está custando R$ 3,63, em média, segundo dados da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis).

A alta do diesel tem sido uma pedra no sapato do governo, principalmente depois que representantes de grupos de caminhoneiros começaram a fazer ameaças de greve.

Ministros anunciaram na semana passada uma linha de crédito de R$ 500 milhões do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) para que caminhoneiros possam trocar pneus e fazer manutenção dos veículos.

O governo também se comprometeu a liberar R$ 2 bilhões para a conclusão de obras em rodovias e recuperação de trechos com problemas.

Parte da categoria achou as medidas insuficientes, especialmente porque no dia seguinte a Petrobras soltou o reajuste do diesel. Entretanto, abaixo dos 5,7% previstos antes da intervenção de Bolsonaro.

No modelo seguido pela Petrobras, que detém o monopólio do refino de petróleo no país, os reajustes se dão seguindo, basicamente, dois critérios: o preço do barril de óleo cru no mercado internacional e a cotação do dólar — petróleo e derivados são negociados nesta moeda.

O barril de petróleo WTI acumula alta superior a 35% neste ano. Já o dólar, que havia chegado à mínima de R$ 3,66 em fevereiro, está cotado em R$ 3,93.

Mercado tido como exemplo pelo governo e pela Petrobras, os Estados Unidos também registram os preços mais altos de combustíveis desde dezembro.

O valor médio do galão (3,78 litros) de diesel chegou a US$ 3,12 na semana passada, de acordo com a Administração de Informação de Energia, ligada ao Departamento de Energia dos EUA.