Neste fim de semana, os “coletes amarelos” querem novamente protestar contra a política do governo francês. No 23º sábado consecutivo de protestos, no entanto, eles não poderão fazer manifestações nos arredores da Catedral de Notre-Dame, atingida por um incêndio nesta semana.
A polícia impôs uma proibição de manifestações para a Île de la Cité, onde se encontra a catedral, e para a margem esquerda adjacente do Sena. Por razões de segurança e para proteger a igreja danificada, nenhum protesto deve ocorrer dentro das barreiras de segurança, explicaram as autoridades.
A prefeita de Paris, Anne Hidalgo, convocou a população a formar uma aliança dos franceses. “O período de reconstrução [de Notre-Dame] deve se tornar um momento de unidade”, disse a política socialista em um discurso marcado pela emoção.
Os protestos dos “coletes amarelos”, que acontecem há meses e que provocaram repetidos tumultos em Paris, revelaram a uma profunda divisão na sociedade francesa. As manifestações em massa também desencadearam a pior crise, até o momento, do mandato do presidente Emmanuel Macron.
Numa cerimônia em frente ao prédio da prefeitura de Paris, Hidalgo e o ministro do Interior francês, Christophe Castaner, elogiaram os cerca de 500 bombeiros que estiveram em ação na luta contra o fogo. “Vocês arriscaram suas vidas para salvar a Notre-Dame”, destacou Castaner. A catedral pertence ao mundo inteiro, afirmou o ministro. “Ela vai ficar de pé novamente.”
No Palácio do Eliseu, o presidente Emmanuel Macron recebeu numerosos bombeiros, policiais, pessoal da Cruz Vermelha e da Defesa Civil. “Vocês nos deram um exemplo de como todos nós deveríamos ser.” O mundo inteiro pôde assistir ao vivo na TV, com que esforço os salvadores evitaram que Notre-Dame desabasse na madrugada de terça-feira [9], disse Macron na ocasião.
A causa do incêndio ainda não foi esclarecida. Os investigadores acreditam, no entanto, que trabalhos de restauração provocaram a catástrofe. Sobre relatos da mídia de que o fogo teria sido causado por um curto-circuito, a Promotoria Pública francesa comentou que “atualmente nenhuma hipótese é descartada”.