Professores e alunos da Escola Municipal de Ensino Fundamental Monte Cristo, na zona Sul de Porto Alegre, foram surpreendidos, na manhã desta segunda-feira, com pichações em referência ao massacre ocorrido em Suzano (SP), que completou um mês. Conforme o diretor Cezar Augusto Damaceno Teixeira, câmeras de segurança flagraram quatros homens adultos que, no domingo, acessaram a escola e picharam muros com frases como “Susano (sic) vai voltar aqui”, além de ameaças e xingamentos contra professores e direção.
Hoje pela manhã, as aulas foram mantidas, conforme o diretor. À tarde, por conta da preocupação de professores e coordenadores, os alunos foram liberados e, somente no fim do dia deve haver uma definição sobre a continuidade das atividades, nesta semana. Ainda de acordo com Teixeira, a escola já solicitou que sejam apagadas as pichações. “Teremos uma empresa que vai vir pintar os muros, que foram danificados”, completa o diretor.
Teixeira entende que falta segurança na instituição. “Antes tínhamos um guarda que ficava durante o dia, ele ajudava na segurança”, salienta o diretor.
A 13ª Delegacia de Polícia vai investigar o caso. Conforme delegado, José Franco, até o momento, além das imagens de câmeras de segurança, depoimentos foram colhidos de alunos e professores. Ainda não há uma linha de investigação definida.
A Secretaria Municipal de Educação informou, em nota, que recebeu com apreensão a informação sobre o ocorrido na escola. A Pasta acionou a Secretaria Municipal de Segurança, ainda no início da manhã, “para solicitar reforço na vigilância realizada por meio de patrulhamento diário da Guarda Municipal e pelo monitoramento das câmeras no Centro de Comando Integrado (Ceic)”.
Ainda conforme a nota, “as imagens monitoradas pela Guarda Municipal foram enviadas à Polícia Civil para auxiliar na investigação. A Smed permanece acompanhando a situação e oferecendo apoio à escola”.
Suzano
Passados 30 dias do ataque à escola Escola Estadual Professor Raul Brasil, em Suzano, três homens foram presos pela polícia de São Paulo, suspeitos de ter negociado armas e munições com os atiradores. Um adolescente já havia sido apreendido, no mês passado, suspeito de ter ajudado a planejar o atentado.
Dois ex-alunos – Guilherme Taucci, de 17 anos, e Luiz Henrique de Castro, de 25 – atacaram a escola, na manhã de 13 de março. Encapuzados e armados, eles mataram um comerciante, que era tio do adolescente. Na escola, cinco alunos e duas professoras morreram, além dos dois atiradores. Mais 11 pessoas se feriram, mas sobreviveram.